Notícia
Fundos internacionais ponderam processar reguladores portugueses
O The New York Times avança que os detentores de obrigações subordinadas do Banco Espírito Santo, que ficaram no "bad bank", estão a equacionar avançar com processos contra os reguladores portugueses.
Os "hedge funds" que detêm divida subordinada do BES estão "furiosos" com a possibilidade de perderem todo o investimento, pelo que estão a ponderar avançar com acções legais contra os reguladores portugueses.
A notícia foi avançada pelo The New York Times, que identifica alguns dos fundos internacionais que estão a ponderar avançar com as acções legais. Citando os banqueiros e advogados envolvidos no assunto, o jornal norte-americano dá conta que um dos fundos que está a ponderar avançar com processos é o Third Point LLC.
Este "hedge fund" é liderado por Daniel Loeb, um conhecido investidor que pertence a uma categoria conhecida como "activista". Esta designação deve-se à natureza disruptiva das propostas que apresentam para as empresas em que detêm participações. Estes investidores, regra geral, entram no capital das empresas com o objectivo de forçar aquisições, persuadir ao pagamento de dividendos, impor a recompra de acções.
A GLG, a Aurelius, a Golden Tree e a VR Global são outros dos fundos que se podem juntar aos processos contra os reguladores portugueses.
Segundo o jornal norte-americano, entre os investidores que sofreram as perdas mais acentuadas com s obrigações subordinadas do BES estão a EJF Capital e a unidade em Londres do banco de investimento brasileiro BTG Pactual.
No âmbito do resgate do BES, os detentores de dívida subordinada ficaram no "bad bank", bem como os accionistas do banco, enquanto os obrigacionistas seniores ficaram no Novo Banco.
Este grupo de investidores já iniciou discussões preliminares com a firma de advogados White & Case, sendo que o The New York Times, citando especialistas do sector, afirma que os processos têm fracas probabilidades de sucesso. O jornal cita os alertas europeus sobre os riscos que enfrentam os investidores em dívida júnior e também a lenta justiça portuguesa.