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Euro continua a escalar e próximo de máximos de dois anos
A moeda da Zona Euro está a valorizar, com o euro a ser animado pela indicação deixada por Mario Draghi que o BCE só decidirá sobre um eventual novo rumo a dar à política monetária da instituição no Outono. A escalada do euro pode não focar por aqui.
A moeda da Zona Euro está a valorizar face ao dólar, avançando 0,18% para 1,1652 dólares. Mas durante esta sexta-feira, 21 de Julho, o euro negociou já nos 1,1656 dólares, muito próximo dos 1,1658 dólares atingidos na sessão de ontem e que representam o valor mais elevado desde Agosto de 2015.
No acumulado da semana, o euro está também a registar uma evolução positiva marcando, para já, uma subida de 1,56%.
Ontem e hoje, o euro deverá estar a ser impulsionado pelas palavras de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE). A autoridade monetária decidiu esta quinta-feira manter a sua política de estímulos inalterada, com a taxa central estável em "zero", a taxa de depósitos dos bancos em Frankfurt em terreno negativo, e a continuação do plano de compras mensais de 60 mil milhões de euros em activos.
Na conferência de imprensa após o encontro da autoridade monetária, Mario Draghi afirmou que não vê qualquer sinal convincente de recuperação sustentada da inflação que justifique uma alteração dos actuais estímulos monetários.
Por agora fica tudo igual e nem as equipas técnicas do BCE estão sequer a trabalhar em hipóteses para uma possível estratégia de saída, avançou Mario Draghi na reunião de 20 de Julho, na qual retirou também pressão em relação à possibilidade de surgirem novidades em Setembro, quando são divulgadas novas previsões macroeconómicas. O compromisso ficou-se apenas por debater o tema no Outono.
Perante este cenário, há quem defenda já que a valorização do euro pode não se ficar por aqui. Peter Kinsella, estratega do Commonwealth Bank of Australia, numa nota citada pela Bloomberg, aponta que a subida do euro "não vai parar". "Tudo aponta a favor de uma apreciação maior do euro – influxos de carteira crescentes, uma mudança na política monetária e melhorias nos riscos políticos".
Por outro lado, o dólar está sob pressão devido a questões políticas. Os investidores estão a avaliar a possibilidade de haver uma investigação ao presidente dos Estados Unidos, o que podem penalizar a agenda económica da actual administração e tem pressionado a moeda.
Esta quinta-feira, foi noticiado que Robert Mueller, o conselheiro especial dos EUA que está a investigar as possíveis ligações entre a campanha de Donald Trump e a Rússia, nas eleições presidenciais do ano passado, alargou a sua investigação ao próprio presidente para analisar os seus negócios financeiros.
Com efeito, uma fonte próxima do processo disse à Bloomberg que Mueller está a investigar um vasto leque de transacções envolvendo as empresas de Trump, bem como as dos seus associados.
Os investigadores do FBI estão a analisar, nomeadamente, as compras de apartamentos, por parte de russos, nos edifícios Trump, bem como o potencial envolvimento do presidente num controverso projecto imobiliário no Soho, em Nova Iorque, com parceiros russos; a edição de 2013 do concurso de Miss Universo em Moscovo; e a venda, por parte de Trump, de uma mansão na Florida a um oligarca russo em 2008.