Notícia
Fecho de mercados: Risco da dívida portuguesa em mínimos e euro em máximos com Draghi
Depois de Mario Draghi não ter feito alterações no discurso do BCE sobre as políticas de expansão económica, o prémio de risco da dívida portuguesa recuou para mínimos de Janeiro de 2016 e o euro disparou para o valor mais alto contra o dólar desde Agosto de 2015.
Os mercados em números
PSI-20 ganhou 0,23% para 5.314,35 pontos
Stoxx 600 caiu 0,38% para 383,77 pontos
S&P 500 cede 0,06% para 2.472,25 pontos
Juros da dívida a dez anos recuam 5,9 pontos base para 3,009%
Euro sobe 1,10% para 1,1642 dólares
Brent cai 0,38% para 49,51 dólares
Bolsas europeias sem rumo definido
As principais bolsas europeias negociaram sem uma tendência definida, divididas entre ganhos e perdas depois de Mairo Draghi ter anunciado esta quinta-feira, 20 de Julho, que o Banco Central Europeu só no Outono decidirá sobre um eventual novo rumo a dar à política monetária da instituição.
O PSI-20 ganhou 0,23% para 5.314,35 pontos, com a praça lisboeta a ser apoiada pela valorização do BCP que somou 1,95% para 25,1 cêntimos. Já o índice de referência europeu Stoxx 600 perdeu 0,38% para 383,77 pontos. Em forte alta negoceia Wall Street, numa sessão em que os índices Standard & Poor’s 500 e Nasdaq Composite voltaram a registar novos máximos de sempre, beneficiando da melhoria do mercado laboral e dos resultados positivos apresentados por várias cotadas.
Juros em queda e prémio de risco da dívida em mínimos
Os juros da dívida pública portuguesa estão a cair em quase todas as maturidades, exceptuando o prazo a seis meses. A taxa de juro associada às obrigações lusas com maturidade a 10 anos está a recuar 5,9 pontos base para 3,009%, num dia em que já chegou a estar abaixo da barreira dos 3% (2,999%), o que representa um mínimo de 6 de Julho.
Já o prémio de risco da dívida lusa – medido contra os juros da dívida alemã, tidos como referência para a Zona Euro – está no valor mais baixo desde Janeiro de 2016, em torno dos 248 pontos.
Também os juros da generalidade dos países do bloco do euro estão em queda, com as taxas de juro associadas às obrigações a 10 anos de Espanha e de Itália a caírem 7,5 e 7,9 pontos base para 1,485% e 2,114%, respectivamente. A taxa de juro associada às "bunds" alemãs também recua 1,2 pontos base para 0,530%
Depois de a generalidade das obrigações de dívida negociadas no mercado secundário dos países do euro estar em alta durante a manhã – em concreto a dívida portuguesa – a declaração feita pelo presidente do BCE ao início da tarde acabou por provocar um volte-face. Mario Draghi não fez qualquer tipo de alteração ao discurso de continuidade das políticas de expansão económica em vigor, com o italiano a não fazer qualquer referência ao fim do programa de compra mensal de activos, o que foi lido pelos mercados como um sinal de estabilidade.
Euribor a 3 e 6 meses em mínimos
A Euribor a três e a seis meses fixou-se mínimos esta quinta-feira. A três meses manteve-se em -0,332%, um mínimo de sempre, e a seis meses, a taxa mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, continuou no mínimo de sempre pelo terceiro dia (-0,274%).
No prazo a 12 meses a taxa Euribor permaneceu em -0,151%, enquanto a Euribor a nove meses caiu hoje para -0,206%.
Euro em máximos de Agosto de 2015 contra o dólar
A moeda única europeia está a valorizar 1,10% para 1,1642 dólares, estando assim a negociar nos mercados cambiais no valor mais alto face à divisa norte-americana desde 29 de Agosto de 2015 depois de já ter tocado nos 1,1658 dólares.
Também a valorização do euro está a ser potenciada pelas declarações hoje feitas por Mario Draghi, que não deu qualquer indicações no sentido de um atenuar da política monetária do BCE.
Petróleo desvaloriza
O petróleo segue em queda nos mercados internacionais, com o Brent, transaccionado em Londres e utilizado como valor de referência para as importações nacionais, a cair 0,38% para 49,51 dólares por barril.
Na mesma linha, em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) cai 0,47% para 46,90 dólares por barril.
Ouro regressa às valorizações para máximo de 30 de Junho
Depois de ontem ter desvalorizado pela primeira vez em quatro sessões, o metal precioso retomou esta quinta-feira as valorização estando agora a subir 0,43% para 1.246,55 dólares por onça, estando assim a transaccionar em máximos de 30 de Junho.
está a perder brilho pela primeira vez em quatro dias, penalizado pela recuperação do dólar. O ouro cai 0,2% para 1.239 dólares por onça, com os investidores focados nas decisões de política monetária do BCE, esta quinta-feira, e da Reserva Federal dos EUA, na próxima semana.