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Calculadora dividendos 2019

O Negócios preparou uma calculadora para saber quanto pode ganhar com os dividendos que as cotadas vão pagar aos acionistas este ano. Conheça também as datas de pagamento, os dividendos mais rentáveis e outras informações num guia que preparamos para a época dos dividendos que arrancou em abril e se prolonga durante maio.

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As cotadas portuguesas já revelaram o valor dos dividendos que vão pagar aos seus acionistas em relação ao exercício de 2018, sendo que a Navigator já deu o pontapé de saída da época de pagamentos que marcará os dias na bolsa portuguesa ao longo das próximas semanas.

 

Esta altura do ano é, assim, das mais apetecíveis para muitos investidores, sobretudo os que privilegiam a aposta nas cotadas com os dividendos mais generosos. Este ano há mais cotadas a pagar (são 19 e no PSI-20 só a Pharol não remunera) e o bolo total supera os 2,4 mil milhões de euros, um valor ligeiramente acima da remuneração do ano passado, apesar de os lucros até terem descido cerca de 3%.

 

O BCP e a Mota-Engil voltam a pagar dividendos, mas o retorno que apresentam aos investidores está longe do oferecido pelas cotadas mais generosas, já que duas têm "dividend yields" de dois dígitos e nove acima de 5%.

 

São sobretudo duas as estratégias seguidas pelos investidores. Há os que apostam no longo prazo nas cotadas que pagam os dividendos mais rentáveis, e também os que privilegiam uma estratégia de caça ao dividendo, entrando na ação pouco antes da data de pagamento, vendendo pouco depois de embolsar a remuneração.

 

CALCULAR OS DIVIDENDOS

 

Para iniciar a análise da estratégia a seguir, fundamental é calcular quanto vai receber com os dividendos das empresas onde é acionista, ou onde pretende investir. Para tal utilize a calculadora do Negócios (disponível em cima ou aqui). Basta introduzir o número de ações para saber o valor que vai receber, já líquido do imposto de 28% (assumindo que não opta pelo englobamento). Se colocar também a cotação da ação, fica a saber a rentabilidade implícita.

 

OS DIVIDENDOS MAIS RENTÁVEIS

 

No final de março, o Negócios publicou os dividendos mais rentáveis da praça portuguesa, utilizando as cotações registadas na altura. Veja os dividendos de 19 cotadas, ordenados por rendibilidade.

 

Ramada

Ramada

Dividendo: 1,75 euros

Variação: -22%

Dividend yield: 22,6%

Remuneração total: 44,9 milhões de euros

Payout: 64%

 

A Ramada volta a ser a cotada portuguesa com o dividendo mais rentável. Já pagou um dividendo de 1,15 euros relativo ao exercício de 2018 e vai distribuir outro de 0,60 euros por ação.

Altri

Altri

Dividendo: 0,72 euros

Variação: 140%

Dividend yield: 10,1%

Remuneração total: 147,7 milhões de euros

Payout: 76%

 

Após duplicar os lucros de 2018, a Altri decidiu aumentar ainda mais o dividendo. A subida de 140% coloca a empresa de pasta e papel com o segundo "dividend yield" do PSI-20 e que também tem dois dígitos. Os acionistas da Altri vão receber perto de 150 milhões de euros, o que corresponde a um "payout" de 76%.

Sonae Capital

Sonae Capital

Dividendo: 0,074 euros

Variação: 23%

Dividend yield: 8,3%

Remuneração total: 18,5 milhões de euros

 

A Sonae Capital registou em 2018 o segundo ano seguido de prejuízos. Mesmo assim decidiu aumentar o dividendo em 23%. A rendibilidade do dividendo está próxima dos dois dígitos.

Navigator

Navigator

Dividendo: 0,27943 euros

Variação: 0,2%

Dividend yield: 6,8%

Remuneração total: 200,4 milhões de euros

Payout: 89%

 

A Navigator está habitualmente no topo dos melhores dividendos e este ano não é exceção. A empresa propõe o pagamento de um dividendo de 27,943 cêntimos, o que se situa ligeiramente acima do valor do ano passado e corresponde a um "payout" de 89%.

REN

REN

Dividendo: 0,171 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 6,6%

Remuneração total: 114,1 milhões de euros

Payout: 99%

 

A REN comprometeu-se a manter o dividendo nos próximos quatro anos, pelo que anunciou esta semana que vai voltar a remunerar os acionistas com 17,1 cêntimos por ação. O "dividend yield" é um dos mais elevados da bolsa portuguesa, bem como o "payout", já que a empresa liderada por Rodrigo Costa vai entregar aos acionistas quase todos os lucros que obteve no ano passado. 

Novabase

Novabase

Dividendo: 0,15 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 6%

Remuneração total: 4,7 milhões de euros

 

A Novabase apresenta um dos dividendos mais rentáveis da bolsa portuguesa. A tecnológica manteve o dividendo em 15 cêntimos, entregando aos acionistas quase 5 milhões de euros, o que corresponde aos lucros obtidos.

Nos

Nos

Dividendo: 0,35 euros

Variação: 17%

Dividend yield: 6,2%

Remuneração total: 180,3 milhões de euros

Payout: 128%

 

A Nos é outra das empresas que aumenta mais o dividendo do que os lucros. A operadora também mantém a política de entregar aos acionistas bem mais do que os resultados obtidos. O "payout" é de 128%, com os acionistas da operadora a receberem um total de 180,3 milhões de euros. 

EDP

EDP

Dividendo: 0,19 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 5,6%

Remuneração total: 694,7 milhões de euros

Payout: 134%

 

A queda superior a 50% nos lucros não impediu a EDP de manter o dividendo. A elétrica tem por isso o maior "payout" do PSI-20 e é de longe a que entrega mais dinheiro aos acionistas. Vão receber perto de 700 milhões de euros, sendo que para tal a elétrica teve que "esticar" o "payout" até aos 134%.

Sonae SGPS

Sonae SGPS

Dividendo: 0,0441 euros

Variação: 5%

Dividend yield: 4,6%

Remuneração total: 88,2 milhões de euros

Payout: 40%

 

A Sonae decidiu elevar o valor do dividendo em 5%, num ano em que os lucros registaram um aumento bem superior (33,7%). Os acionistas vão receber 88,2 milhões de euros, ou 4,41 cêntimos por ação, o que corresponde a 40% dos lucros. A rendibilidade é inferior a 5%, o que coloca a Sonae no 8.º lugar do ranking.

Galp Energia

Galp Energia

Dividendo: 0,63

Variação: 15%

Dividend yield: 4,5%

Remuneração total: 522,4 milhões de euros

Payout: 74%

 

A Galp Energia decidiu aumentar o dividendo pelo segundo ano consecutivo. Em setembro já pagou 27,5 cêntimos e irá distribuir mais 35,5 cêntimos. 74% dos lucros vão para os acionistas, num total superior a 500 milhões de euros. Depois da EDP, a petrolífera é a que entrega o valor mais elevado aos acionistas.

Sonaecom

Sonaecom

Dividendo: 0,112 euros

Variação: 202%

Dividend yield: 4,5%

Remuneração total: 34,8 milhões de euros

 

A Sonaecom é a cotada que mais aumenta a remuneração aos acionistas, aproveitando o facto de os lucros terem triplicado em 2018 para 70 milhões de euros. O dividendo sobe na mesma proporção dos lucros, para 11,2 cêntimos por ação, o que corresponde a um retorno de 4,5%. O "payout" é de 50%.

CTT

CTT

Dividendo: 0,10

Variação: -74%

Dividend yield: 3,9%

Remuneração total: 15 milhões de euros

Payout: 77%

 

A empresa dos correios é a que aplica o maior corte ao dividendo, refletindo a descida nos lucros. Chegou a ter a melhor remuneração, mas agora o "dividend yield" não chega aos 4%. Os acionistas recebem apenas 15 milhões de euros, o que representa 77% dos lucros obtidos.

Semapa

Semapa

Dividendo: 0,512 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 3,5%

Remuneração total: 41,6 milhões de euros

Payout: 31%

 

A Semapa optou por manter o valor do dividendo apesar de os lucros de 2018 terem aumentado 7%. A remuneração é de 51,2 cêntimos por ação, num total de 41,6 milhões de euros, o que representa um "payout" inferior a um terço dos lucros.

Mota-Engil

Mota-Engil

Dividendo: 0,074 euros

Variação: -

Dividend yield: 3,4%

Remuneração total: 17,6 milhões de euros

Payout: 73%

 

Depois de um interregno no ano passado, a construtora volta a remunerar os acionistas em 2019. Prometeu um payout entre 50% a 75%, o que traduzia um dividendo entre 5 e 7 cêntimos. A proposta final ficou próxima do ponto máximo, com um dividendo de 7,4 cêntimos por ação.

Jerónimo Martins

Jerónimo Martins

Dividendo: 0,325 euros

Variação: -47%

Dividend yield: 2,4%

Remuneração total: 204,5 milhões de euros

Payout: 51%

 

A Jerónimo Martins decidiu este ano retomar a política de entregar aos acionistas cerca de metade dos lucros, pelo que o dividendo sofre um corte de 47% apesar dos lucros terem subido. Em consequência, o "dividend yield" já está abaixo do 3%, uma rendibilidade que também é afetada pelo bom desempenho das ações nos últimos meses.

Corticeira Amorim

Corticeira Amorim

Dividendo: 0,185 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 1,7%

Remuneração total: 24,6 milhões de euros

Payout: 32%

 

A Corticeira Amorim decidiu manter o dividendo de 18,5 cêntimos depois de ter aumentado os lucros em 6%. No final do ano passado pagou um dividendo extraordinário de 8,5 cêntimos.

Ibersol

Ibersol

Dividendo: 0,10 euros

Variação: 0%

Dividend yield: 1,5%

Remuneração total: 3,6 milhões de euros

Payout: 14%

 

A Ibersol volta a pagar aos acionistas um dividendo de 10 cêntimos por ação, o que representa um "dividend yield" pouco acima de 1%. Apesar dos lucros até terem descido 20%, o payout continua a ser um dos mais baixos da bolsa portuguesa.

BCP

BCP

Dividendo: 0,002 euros

Variação: -

Dividend yield: 0,9%

Remuneração total: 30,2 milhões de euros

Payout: 10%

 

Pela primeira vez desde 2010, o BCP vai pagar dividendos aos acionistas. O banco indicou que pretende entregar 10% dos lucros, pelo que a rendibilidade do dividendo é inferior a 1%. O objetivo do BCP passa por "convergir para um payout de 40%". Quando lá chegar a rendibilidade do dividendo deverá aumentar de forma considerável.

EDP Renováveis

EDP Renováveis

Dividendo: 0,07 euros

Variação: 17%

Dividend yield: 0,8%

Remuneração total: 61,1 milhões de euros

Payout: 20%

 

A empresa de energias verdes da EDP até aumentou o dividendo, mas o "dividend yield" continua a ser o mais baixo entre as cotadas do PSI-20. 20% dos lucros vão para os acionistas, o que representa um dividendo de 7 cêntimos e um "payout" de 20%.

A IMPORTÂNCIA DO CALENDÁRIO

 

As datas em que as cotadas pagam os dividendos são outro fator fundamental para os investidores. Muitas das cotadas já viram os seus acionistas aprovarem o valor a pagar e estão agora a anunciar as datas em que vão colocar o dinheiro à disposição dos investidores.

 

A Navigator já descontou o dividendo, que já foi pago aos acionistas, e nos próximos dias será a vez da Semapa e da Corticeira Amorim.

 

Mais do que a data do pagamento do dividendo, o que é relevante é a data de ex-dividendo, ou seja, quando a ação passa a negociar em bolsa sem direito à remuneração.

 

Para receber o dividendo de uma empresa, é necessário manter o título em carteira até ao dia anterior à entrada em ex-dividendo. No dia em que desconta o dividendo, a cotação ajusta em baixa o valor da remuneração. Contudo, o ajuste não é automático e será o mercado a ditar a cotação ex-dividendo da empresa.

 

Os investidores de dividendos de curto prazo seguem a estratégia de entrar numa ação antes do período de ex-dividendo, esperar que a cotação não ajuste na totalidade o valor da remuneração e vender o título pouco tempo depois.

 

Daí ser muito relevante estar a par das datas de pagamento de dividendo, que pode conferir neste calendário, que será atualizado sempre que forem conhecidas novas datas.

Glossário

O que é o dividendo? 

É a fração dos lucros da empresa cotada que é distribuída aos investidores. Normalmente, quando uma empresa obtém lucros num exercício, distribui, no ano seguinte, uma parte desses aos detentores de ações, sendo o valor proposto pelo Conselho de Administração e votado em Assembleia Geral.

  

Quanto pago de imposto? 

A carga fiscal sobre os dividendos está em 28%, sendo o imposto pago na altura em que recebe a remuneração. Pode optar antes pelo englobamento, incluindo este rendimento na sua declaração de IRS, mas esta opção só é favorável caso a sua taxa de imposto seja inferior a 28%.  

 

Qual a diferença entre dividendo complementar e intercalar? 

O dividendo intercalar é aquele que é pago quando ainda decorre o exercício a que este diz respeito. O dividendo complementar é o que é pago no final do período a que se referem os resultados. Em Portugal, a Galp opta por dividir o pagamento do dividendo em duas fases, já lá fora são várias as que pagam em quatro fases (uma por trimestre).

  

O que representa o "dividend yield"? 

Resulta da divisão do dividendo pela cotação e determina a rendibilidade da remuneração. Apresentado em percentagem, este é um importante indicador da atratividade do dividendo devendo ser comparado, especialmente, com o das cotadas do setor. 

 

O que é o "payout"? 

É percentagem dos lucros que a empresa distribui sob a forma de dividendos. Quanto maior é este rácio, mais atrativa é a política de remuneração da empresa aos acionistas. O "payout" pode superar os 100%, caso a empresa distribua um valor superior aos lucros.

 

Como posso ter direito aos dividendos? 

Para ter direito aos dividendos, terá que ter na sua carteira os títulos antes da data do destaque dos dividendos. As ações entram em ex-dividendo dois dias úteis antes da data de pagamento, sendo que para receber os dividendos basta comprar os títulos no dia anterior à data ex-dividendo, podendo os títulos ser vendidos na sessão em que entram em ex-dividendo. 

 

Quando é que recebo os dividendos? 

A remuneração acionista tende a ser feita entre abril e maio, sendo anunciado o valor a receber pelos investidores aquando da apresentação das contas do último exercício, ou nas semanas seguintes. Os dividendos são creditados na conta bancária do investidor, sendo o valor já líquido de impostos (a menos que opte pelo englobamento).

 

O que acontece às ações? 

No dia em que as ações entram em ex-dividendo passam a negociar sem direito à remuneração acionista. No mercado, os títulos das empresas ajustam negativamente de forma a refletir o valor do dividendo. A queda do valor das ações não tem obrigatoriamente de ser na mesma proporção do dividendo, sendo o mercado a determinar qual a cotação das mesmas após o destaque da remuneração.

 

 
(notícia atualizada com a data do dividendo da Estoril Sol)



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