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Japoneses entregam maior estreia em bolsa do ano aos Correios

Os Correios do Japão vão protagonizar esta quarta-feira a maior estreia em bolsa a nível mundial deste ano. A forte procura por pequenos investidores está a sustentar o sucesso da privatização e antecipa uma estreia de sucesso.

03 de Novembro de 2015 às 20:30
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Quando o sino tocar esta quarta-feira de manhã na bolsa de Tóquio, os Correios Japoneses, o banco postal e a sua unidade de seguros irão começar a negociar, naquela que será a maior estreia em bolsa este ano e a maior privatização no Japão desde 1987. O governo conseguiu fixar o preço inicial das acções das três unidades no topo superior do intervalo, garantindo um encaixe de 1,44 biliões de ienes (10,8 mil milhões de euros), com a venda de 11% dos Correios. Este é o valor mais elevado desde estreia da Alibaba, em 2014, que ascendeu a 19,5 mil milhões de euros.


A forte procura, que superou a oferta logo nos primeiros dias, faz antecipar uma primeira sessão de sucesso, apoiada no prestígio da marca junto das famílias japonesas, os principais alvos desta oferta, antecipam os analistas. Nas 10 maiores ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla anglo-saxónica) no Japão as acções dispararam, em média, 12% na primeira sessão e 44% no primeiro ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Ou seja, a aposta no longo prazo compensa.


Um desempenho apoiado em parte no apoio do Estado – que estava presente em oito destes 10 IPO. "As acções que são vendidas pelo governo registam tipicamente um bom desempenho, porque o país quer ver o seu sucesso", diz Hiroaki Hiwada, estratego da Tokio Securities, citado pela Bloomberg.


No caso dos Correios japoneses, além da segurança da participação do Estado, a forte presença no país – com mais agências do que os balcões de todos os bancos em conjunto - e uma rendibilidade do dividendo elevada serão uma ajuda adicional para captar interessados. A grande maioria dos investidores, da parcela de 80% que está reservada para japoneses, são famílias, que procuram retornos mais atractivos, num país em que a aposta de particulares em acções é baixa. Para o governo, esta é uma oportunidade de atrair 500 mil pessoas para o mercado accionista pela primeira vez e reverter uma cultura marcada pela aversão ao risco.


"Há uma forte procura entre os investidores de retalho que querem entrar na gestão de activos e consideram que as acções são mais atractivas do que as obrigações", diz Mitsushige Akino, responsável pela gestão de fundos no Ichiyoshi Investment Management, ao Wall Street Journal.

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