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Com Isabel dos Santos presa ao BPI, acaba especulação no BCP

O BPI anunciou o fracasso das negociações entre o CaixaBank e Isabel dos Santos e quem está a reagir é o BCP. É que com o fim do acordo cai também a especulação em torno do banco liderado por Nuno Amado.

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Abril de 2016 às 15:34
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O BPI anunciou o fracasso das negociações entre os espanhóis do CaixaBank e a angolana Isabel dos Santos. Um desfecho inesperado que colocou o BPI novamente num impasse. Mas quem está a reagir é o BCP. É que com a empresária angolana "presa" ao BPI, termina a especulação de um investimento seu no BCP.


As acções do BCP seguem a cair 5,28% para 0,0354 euros, tendo já chegado a afundar um máximo de 8,76%. Esta forte queda dos títulos do banco liderado por Nuno Amado surge depois de a instituição ter escalado 13,26% na última semana, suportada pela especulação em torno do sector financeiro.


Mas, o anúncio deste fim-de-semana, que decretou o fim das negociações entre o banco catalão e a Santoro acelerou uma correcção acentuada das acções do BCP, num momento em que o BPI continua sem negociar.


"Os investidores acreditavam que após a resolução da estrutura accionista do BPI poderia existir espaço e agenda para um cenário de ‘fusões & aquisições’ no sector bancário português e que envolvesse o Millennium-BCP", adianta João Queiroz, responsável pela sala de mercados da GoBulling. O mesmo especialista acrescenta ainda que "poderia ter alguma lógica reconfigurar a actual participação da Sonangol".


Mas, sem acordo no BPI, a expectativa dos analistas é que Isabel dos Santos continue condicionada ao banco, sem espaço para equacionar o investimento noutra instituição, como poderia ser o caso do BCP.


"O BCP precisa de uma solução para a sua situação complicada", mas "um bloqueio tão grande de Isabel dos Santos no BPI significa menos oportunidade para alcançar um acordo no BCP", explica um analista que preferiu não ser identificado.


"Poderá ser ainda cedo para considerar que a empresária Isabel dos Santos irá alienar a sua participação de 18,6% no capital do BPI", refere Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.


Como a negociação entre o CaixaBank e Isabel dos Santos previa a venda da posição da Santoro ao banco catalão havia no mercado a especulação de que a empresária angolana poderia entrar no capital do BCP, após a saída do BPI.


Tal como o Negócios avançou no mês passado, a entrada de Isabel dos Santos no BCP seria uma das opções em cima da mesa para o banco liderado por Nuno Amado mobilizar capitais privados que lhe permitam reembolsar a última fatia de apoio estatal.


Para Albino Oliveira, "tendo em conta o preço oferecido pelo CaixaBank (e a possível oposição por parte dos accionistas minoritários, sendo certo que o banco Espanhol apenas precisa de obter mais 6% para atingir o mínimo de 50%) e o facto de continuar por resolver o tema da exposição a grandes riscos (imposto pelo Banco Central Europeu), ambos sugerem que o ambiente continuará a ser de incertezas".

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