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CaixaBank estima sinergias até 120 milhões com compra do BPI
O banco espanhol prevê que a compra da instituição portuguesa permita poupanças que levem a uma melhoria na rentabilidade. Estima até 35 milhões a mais em receitas.
O CaixaBank lançou uma OPA ao BPI. Propõe-se a gastar 906 milhões de euros para comprar as acções que ainda não detém. Uma operação que trará sinergias, com o banco espanhol a estimar uma redução de custos no terceiro ano após a compra da instituição portuguesa que ascendem a 85 milhões de euros. As receitas podem crescer 35 milhões.
Numa apresentação enviada ao regulador do mercado de capitais espanhol, a CNMV, o banco liderado por Isidro Fainé aponta para sinergias de custos anuais antes de impostos de cerca de 40 milhões no primeiro ano, 70 no segundo, elevando-se estas para 85 milhões de euros no terceiro ano após a compra.
"O elevado potencial em sinergias levará a uma maior rentabilidade", diz a apresentação em que o CaixaBank diz esperar que o "rácio de eficiência recorrente do BPI Portugal melhore até <50% no terceiro ano após a compra". Os custos de reestruturação estão estimados em 250 milhões de euros.
A instituição espanhola foca-se na necessidade de o BPI adoptar "as melhores práticas" do sector no que respeita à "racionalização dos processos operacionais", "optimização da infra-estrutura de tecnologia" e apela a "benefícios de escala com a contratação conjunta e do recurso à externalização (‘outsourcing’)".
O CaixaBank vê margem para melhorias no BPI tanto em termos de custos como de receitas. O "BPI tem potencial para, pelo menos, alcançar o nível de receitas por empregado dos seus concorrentes comparáveis via a melhoria das práticas comerciais", diz o banco, estimando obter mais 35 milhões de euros de receitas três anos após a compra. No total, as sinergias ascendem a 120 milhões.
Na estimativa apresentada pelo CaixaBank aos investidores, na comparação com a CGD, BCP, Novo Banco e SantanderTotta, o BPI surge como o pior em termos de obtenção de receitas por funcionário. Quer que melhore com "base modelo do CaixaBank" de pagamentos electrónicos e crédito ao consumo.
"Explorar oportunidades de escala para a gestão de activos", melhorar a "funcionalidade dos canais online e banca móvel" e "adaptar as ferramentas para impulsionar as receitas e a venda cruzada através da internet, com especial foco no negócio da banca e seguros", pode puxar pelas receitas do BPI.