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Presidente do BPI: "Lamento muito o que aconteceu"

Artur Santos Silva não quis fazer comentários sobre a falta de acordo accionista no BPI nem sobre a OPA do CaixaBank. Em Paris, onde também está António Costa, o também presidente da Gulbenkian lembrou que tudo se deveu a uma decisão do BCE.

Correio da Manhã
18 de Abril de 2016 às 18:54
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O presidente do conselho de administração do BPI, Artur Santos Silva, lamentou esta segunda-feira, 18 de Abril, que as negociações entre o CaixaBank e a Santoro tenham terminado sem acordo e responsabilizou a passagem da supervisão do banco para o Banco Central Europeu.

 

"Lamento muito o que aconteceu, mas não queria dizer mais nada", declarou aos jornalistas no final da inauguração de duas novas salas na Casa de Portugal - André de Gouveia, em Paris.

 

Artur Santos Silva salientou estar em Paris na qualidade de presidente da Fundação Gulbenkian, no dia da inauguração da exposição dedicada a Amadeo de Souza Cardoso no Grand Palais, e foi parco em comentários sobre a situação do banco e sobre o diploma que prevê a revisão das restrições dos direitos de voto nas instituições financeiras.

 

"Não queria fazer comentários. Acho que tudo o que está a acontecer vai ser muito importante para o futuro do banco e este problema só surgiu por uma alteração significativa das regras de supervisão do banco quando a supervisão passou de Portugal para o Banco Central Europeu. Mas não queria dizer mais nada sobre o BPI", declarou.

 

Santos Silva reitera intenção de sair

 

Questionado sobre se vai deixar de ter responsabilidades não executivas no banco quando ficar resolvido o problema da estrutura accionista, Santos Silva afirmou: "Tenho esperança de que isso vá acontecer nos próximos tempos e é tudo o que tenho para vos dizer".

 

"Se já estivesse tudo resolvido, já não estaria no BPI. Espero que até ao final do mandato esteja tudo resolvido", já tinha dito o "chairman" do banco em Fevereiro, numa entrevista ao Negócios.

 

No domingo, o BPI informou que ficou sem efeito o entendimento entre os dois principais accionistas do banco, o CaixaBank e a Santoro Finance, que tinha sido anunciado ao mercado no passado dia 10 de Abril.

OPA a 1,113 euros por acção

 

Esta segunda-feira, o espanhol CaixaBank anunciou que vai lançar uma oferta pública de aquisição de acções (OPA) voluntária, oferecendo 1,113 euros por cada acção do Banco BPI que não controla (55,9%).

 

Esta operação está condicionada à eliminação da limitação de 20% nos direitos de voto do BPI, a alcançar mais de 50% do capital do banco e à obtenção das autorizações regulatórias aplicáveis. 

 

Depois do anúncio da OPA, foi divulgado que o Presidente da República promulgou o diploma que prevê a revisão das restrições dos direitos de voto nas instituições financeiras, alegando razões de "interesse nacional" e considerando que não interfere com operações em curso.

 

Numa nota publicada no 'site' da Presidência, destaca-se ainda a "circunstância de [o diploma] só entrar em vigor em 1 de Julho e a deliberação das assembleias gerais poder ocorrer até 31 de Dezembro".

 

Em causa está o facto de o Caixabank deter 44,1% do capital do BPI, mas apenas 20% de votos, um valor quase idêntico ao do segundo maior accionista, os angolanos do Santoro Finance (18,6%).

 

Em 2014, o Banco Central Europeu alterou a forma de contabilização dos bancos europeus com negócios naquele país africano. A necessidade de reduzir a exposição do BPI face aos angolanos acabou por expor divergências entre os dois maiores accionistas. 

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