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Grécia: Bolsa em alta e juros em queda em dia de pedido de extensão dos empréstimos europeus

O principal índice da praça helénica regressou aos ganhos esta quarta-feira, depois de duas sessões em queda. Os juros da dívida pública estão a registar um forte alívio. Atenas confirmou que vai pedir uma extensão dos empréstimos europeus.

Reuters
18 de Fevereiro de 2015 às 10:38
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A bolsa grega regressou esta quarta-feira, 18 de Fevereiro, aos ganhos, depois de duas sessões em queda. Por esta altura, o principal índice helénico soma 1,43% tendo, no entanto, já chegado a subir 4,31% nesta sessão.

 

A banca grega está também em alta. O Piraeus Bank soma 6,61%, ainda que tenha já avançado 10,43% esta manhã. O Eurobank Ergasias aprecia 4,76% sendo que, avançou já esta quarta-feira 11,56%. O Alpha Bank valoriza 4,26% depois de ter já subido 8,81%. O National Bank of Greece aprecia 6,78%, tendo já avançado 12,71%.

 

Os juros da dívida pública, no mercado secundário, estão a registar um forte alívio em prazos como três, cinco e dez anos. A três anos, as "yields" descem 192 pontos base para 17,359% e a cinco anos recuam 110 pontos base para 14,419%, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg. A dez anos, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida entre si descem 37 pontos base para 9,865%.

 

Esta evolução tem lugar num dia em que o porta-voz do Executivo grego confirmou que o país vai pedir, ainda esta quarta-feira, uma extensão por mais seis meses dos empréstimos europeus. 

 

"Vamos esperar, hoje, que o pedido de extensão do empréstimo seja apresentado pelo ministro das Finanças Varoufakis", anunciou o porta-voz do Governo grego, Gabriel Sakellaridis, em declarações à Antenna TV, citadas pela Reuters.

 

O porta-voz do Executivo de Atenas disse ainda acreditar que estavam "no bom caminho" e que iam para a mesa de negociações "para encontrar uma solução". Contudo, reiterou que o Governo de Alexis Tsipras não vai ceder em pontos que considera não-negociáveis.

 

Ainda ontem, no final do Ecofin, Pierre Moscovici, comissário dos Assuntos Económicos, insistia na ideia que já ficara estabelecida no Eurogrupo de segunda-feira. "Se quiser mais apoio, [a Grécia] tem de pedir uma extensão" do programa de assistência financeira, repetiu o responsável, recusando que o Eurogrupo e o FMI tenham na véspera feito qualquer ultimato à Grécia.

 

As declarações de Moscovici foram proferidas pouco depois de um porta-voz do primeiro-ministro Alexis Tsipras ter assegurado que essa opção não seria seguida "nem com uma pistola apontada à cabeça".

 

Nos últimos dias, vários responsáveis europeus têm sublinhado que não há empréstimos sem condições, mas sim abertura para rever essas condições, de modo a acomodar parte do programa eleitoral do novo governo liderado pelo Syriza.

 

Ao mesmo tempo, o Eurogrupo exige que as autoridades gregas reiterem o seu "compromisso inequívoco com as obrigações financeiras para todos os seus credores", o que significa que Atenas tem de manter a ambição de devolver aos países europeus os mais de 220 mil milhões de euros que recebeu de empréstimos desde 2010.

 

O programa europeu de assistência à Grécia termina a 28 de Fevereiro. Dados do Banco da Grécia sugerem que os cofres do Estado estarão já no vermelho. No fim de Janeiro, as contas públicas fecharam com um défice primário (excluindo juros) de 149 milhões de euros, o que compara com um excedente de 812 milhões de euros no mesmo mês de 2014. Muitos gregos não pagam impostos quando há eleições, e essa pode ser uma explicação para o rombo nas contas.

 

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) decide hoje a extensão por 15 dias da liquidez à Grécia. O Negócios escreve que a saída de depósitos da Grécia está a pressionar a saúde dos bancos helénicos, deixando-os mais dependentes do financiamento do banco central grego, ao abrigo da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA, na sigla em inglês). E é exactamente sobre o prolongamento da ELA que o Conselho de Governadores do BCE decidirá quarta-feira, dia 18. Segundo a agência Reuters, a decisão deverá ser a de manter a torneira aberta aos bancos de Atenas.  

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