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Acções do Deutsche Bank descem após ameaça de corte de "rating"
A Moody's identifica maiores riscos de execução no programa de reestruturação do Deutsche Bank e admite baixar a classificação para a dívida do banco alemão.
As acções do Deutsche Bank seguem a descer mais de 1,5%, a reagirem à ameaça de corte de "rating" por parte da Moody’s. A agência de notação financeira argumenta que o banco alemão poderá ter dificuldades em prosseguir com o seu programa de reestruturação e aumentar a sua rentabilidade.
"Desde a mudança de liderança no passado mês de Junho e a reorganização do seu plano estratégico no passado mês de Novembro, o ambiente operacional piorou para o Deutsche Bank", disse a Moody’s numa nota para o banco alemão, divulgada na segunda-feira, 21 de Março, ao final do dia.
Para a agência de notação financeira, este ambiente "está a aumentar o já elevado nível de desafios de execução que o grupo enfrenta para resolver os seus problemas de custos estruturais e alcançar o seu novo plano estratégico".
O Deutsche Bank tem estado sob forte pressão. Os receios em relação à capacidade de o banco reembolsar a sua dívida levaram mesmo a instituição a anunciar um programa de recompra de 4,8 mil milhões de euros de dívida este ano, numa tentativa de dar um sinal de tranquilidade aos investidores.
Ainda assim, a instituição adiantou na semana passada que não espera lucros este ano, prosseguindo com o plano de redução de custos, através do corte de postos de trabalho e da venda de activos. As taxas de juro baixas, o abrandamento dos mercados emergentes e os encargos com vários processos legais têm estado a penalizar a rendibilidade do banco alemão.
A Moody’s avalia actualmente a dívida sénior do banco com um "rating" de "Baa1", três níveis acima do nível especulativo, enquanto os depósitos de longo prazo da instituição têm uma avaliação de "A2". Segundo o comunicado da agência, a avaliação pode baixar em um nível.
As acções descem 1,7% para 16,64 euros esta terça-feira, 22 de Março, elevando para cerca de 26% a desvalorização acumulada este ano, perante os receios de uma descida de "rating".