Do lucro de 1,4 mil milhões de euros, o Deutsche Bank passou para um prejuízo recorde. Ascendeu a 6,8 mil milhões. Ainda assim, a administração do maior banco alemão propôs alterações na remuneração dos chefes de departamento. O objectivo? Aumentá-la. Mas a inteção não passou disso, já que os accionistas chumbaram a proposta.

Depois das revoltas em torno da remuneração accionista no Citigroup e na Renault, agora foi a vez do Deutsche Bank. A proposta de alteração da remuneração dos executivos do banco foi apresentada no início do ano. Além do salário base e de bónus indexados ao desempenho do banco e do próprio funcionário, o objectivo era criar um terceiro complemento ligado ao desempenho do departamento que chefiam.

Mas a intenção foi derrubada na assembleia-geral anual do Deutsche Bank. Segundo o Financial Times, 51,9% dos accionistas presentes votaram contra a alteração, pondo fim à proposta. Uma decisão que tinha sido mesmo aconselhada pelo ISS, o conhecido instituto especialista em aconselhamento de accionistas.

Esta decisão surge numa altura em que o maior banco alemão luta para inverter os prejuízos mais elevados de sempre, que alcançou em 2015. Mas as "nuvens negras" sobre o banco não ficam por aqui. É que o Deutsche Bank tem registado elevados custos legais. O mais recente caso foi a multa de 100,8 milhões de libras (cerca de 131 milhões de euros), devido à falta de cooperação no processo de manipulação da Libor. 

As acções do Deutsche Bank estão a negociar em "terreno" positivo esta sexta-feira. Valorizam 0,74% para 15,05 euros, naquela que é a terceira sessão consecutiva de ganhos.