Os investidores vão estar atentos esta segunda-feira, 23 de Março, ao encontro de Angela Merkel e Alexis Tsipras. Este encontro surge depois de um convite da chanceler alemã e depois de os dois líderes, bem como outros responsáveis europeus, terem estado reunidos numa "mini-cimeira" à margem da Cimeira Europeia que decorreu no final da semana passada.

Esta poderá ser uma semana decisiva para Atenas, dado que a Grécia enfrenta problemas de liquidez. O Governo helénico tem de enunciar as medidas económicas que planeia implementar, algo que pode ter lugar ainda esta semana, de acordo com a Bloomberg. Sem estas medidas, os fundos oriundos do plano de ajustamento não serão desbloqueados. O economista-chefe do UniCredit, Erik Nielsen, em declarações à Bloomberg revelou que espera "que haja uma mudança nas políticas em Atenas, mas mantenho a minha visão que se isso não acontecer, a economia grega vai entrar em colapso e levar a Zona Euro para o caos". "O Governo grego deve reconhecer que são ‘coisas do jogo final’", acrescentou.

Na última sexta-feira, 20 de Março, a chanceler alemã avisou as autoridades helénicas de que só serão disponibilizados mais meios financeiros depois de os credores aprovarem novas reformas. Merkel recusa, porém, entrar no debate sobre uma eventual saída da Grécia da Zona Euro.

Entretanto, numa carta enviada a Merkel no passado dia 15 de Março, mas que só foi divulgada este domingo, 22, pelo Financial Times, Alexis Tsipras evidencia os problemas de liquidez que enfrenta a Grécia, que tornam "impossível" ao país conseguir cumprir o pagamento da sua dívida, caso no curto prazo não receba ajuda financeira dos parceiros europeus. Na missiva, com cinco páginas, Alexis Tsipras alerta que o seu Governo poderá ser obrigado a escolher entre cumprir os reembolsos de dívida que tem agendados para as próximas semanas, ou cortar nos gastos sociais.

No mercado das matérias-primas, o preço do petróleo continua a cair nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate recua 1,83% para 45,72 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte desce 1,45% para 54,52 dólares por barril.

Esta evolução tem lugar numa altura em que a Arábia Saudita revelou que está a produzir quantidades próximas de níveis recorde de "ouro negro".

Na Ásia, a sessão é de ganhos. O MSCI Ásia Pacífico soma 0,7% e, em Tóquio, os índices encerraram no verde. O Nikkei avançou 0,99% e o Topix cresceu 0,74%.

No mercado cambial, o euro perde terreno face ao dólar, recuando 0,24% para 1,0795 dólares.