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Venezuela, Brasil, Angola e greve levam Grupo TAP para prejuízos de 152 milhões  

O grupo TAP fechou 2015 com um prejuízo de 151,7 milhões de euros, que compara com 85,1 milhões de euros do ano anterior, resultante sobretudo das receitas retidas na Venezuela e da crise no Brasil e em Angola.

30 de Abril de 2016 às 10:24
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Segundo o relatório e contas da Parpública de 2015, divulgado na noite de sexta-feira, o impacto mais expressivo foi resultado do reconhecimento da desvalorização das receitas retidas na Venezuela, no valor de 91,3 milhões de euros, que já tinha sido responsável pelos prejuízos do negócio da aviação (TAP SA).

 

A greve de dez dias dos pilotos em maio do ano passado e a crise económica no Brasil e em Angola são as outras razões que agravaram os prejuízos da TAP SPGP em 2015, ano em que ocorreu a reprivatização, com a alienação de 61% do capital ao consórcio Atlantic Gateway, negócio que entretanto assumiu outros contornos.

 

"É de destacar o impacto de uma longa greve de 10 dias ocorrida em Maio de 2015, causadora de significativas perturbações na prestação do serviço com naturais reflexos, quer na redução das receitas quer no aumento dos custos suportados", refere o relatório da Parpublica, destacando também o "impacto do reconhecimento da desvalorização das disponibilidades de tesouraria retidas na Venezuela", no valor de 91,3 milhões de euros.

 

"Para completar o enquadramento desfavorável que a atividade do grupo TAP enfrentou há ainda a referir a evolução bastante negativa registada pela conjuntura económica vivida em alguns dos principais mercados em que a TAP opera, como Angola e o Brasil, o que explica parte da quebra das vendas", lê-se no documento.

 

Além da evolução desfavorável do negócio do transporte aéreo, também a área da manutenção no Brasil teve um desempenho negativo continuando a acumular prejuízo, refere a gestora das participações públicas.

 

A TAP SA, que concentra o negócio de aviação, tinha já anunciado que em 2015 tinha apurado prejuízos de 99 milhões de euros, um valor que mais do que duplica as perdas de 46 milhões registadas em 2014. As perdas na Venezuela e o impacto das greves já estavam reflectidas nas contas da TAP SA, pelo que a diferença para os prejuízos do Grupo TAP deverá estar relacinado sobretudo com a deficitária VEM.

No relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), lê-se que, "embora o grupo TAP tenha vindo nos últimos anos a acumular resultados negativos, a dimensão do prejuízo apurado em 2015 é particularmente expressiva, refletindo situações extraordinárias e com impacto fortemente negativo".

O acordo de venda direta do grupo TAP foi celebrado em 24 de junho e ficou concluído em 12 de novembro, com a transmissão a favor da Atlantic Gateway, de 915.000 ações escriturais, nominativas, representativas de 61% do capital social da TAP SGPS, por 10 milhões de euros, permanecendo os restantes 39% em carteira.

Entretanto o novo Governo, liderado por António Costa, renegociou as condições com privados e, no passado dia 06 de fevereiro, assinou um memorando de entendimento que prevê que o Estado aumente a sua participação - face ao anterior contrato - para 50% do capital.

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