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Ryanair afunda para mínimos de Dezembro após queda de 20% dos lucros

A empresa atribui a descida dos lucros ao aumento dos preços dos combustíveis e dos custos com pessoal, às greves e à falta de pessoal em vários países europeus.

23 de Julho de 2018 às 11:07
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As acções da Ryanair estão a negociar em forte queda na bolsa de Dublin, depois de a companhia aérea ter apresentado uma quebra de 20% dos lucros no primeiro trimestre fiscal, terminado a 30 de Junho. Os títulos deslizam 4,82% para 14,80 euros, depois de terem chegado a desvalorizar um máximo de 6,33% para 14,565 euros, o valor mais baixo desde Dezembro do ano passado.
 

Entre Abril e Junho, os lucros da companhia irlandesa caíram 20% para 319 milhões de euros, ainda que as receitas tenham subido 9% para 2,08 mil milhões de euros.

A penalizar as contas da Ryanair esteve o aumento dos preços dos combustíveis e a subida dos custos com pessoal. Além disso, como referiu a empresa em comunicado, os números foram prejudicados pelo facto de parte das férias da Páscoa terem "ficado fora do primeiro trimestre" e pelas greves dos controladores aéreos e a falta de pessoal em vários países europeus que provocaram o cancelamento de 2.500 voos entre os meses de Abril e Junho.

Apesar desta quebra no trimestre, a empresa manteve as estimativas de resultados para o conjunto do ano, salientando, porém, que estão "fortemente dependentes" das tarifas aéreas, das greves dos trabalhadores e dos controladores de tráfego aéreo e de outros factores como o Brexit.

A Ryanair antecipa que os lucros para o ano fiscal que terminará em Março de 2019 cairão pela primeira vez desde 2014 para um valor entre 1,25 e 1,35 mil milhões de euros.

A companhia aérea espera ainda mais greves durante o período de pico de verão "já que não estamos preparados para aceitar exigências não razoáveis que comprometam nossas as tarifas baixas ou o nosso modelo altamente eficiente", segundo o comunicado. A empresa admite rever o seu horário de inverno - encolhendo frotas em bases onde há interrupções - se as greves continuarem a afectar a confiança do cliente.


"Se houver outras bases em que possamos ganhar mais dinheiro e operar com mais eficiência, então analisaremos a alocação" de aviões, disse Neil Sorahan, CFO da companhia numa entrevista na segunda-feira.

Os sindicatos que representam a tripulação de cabine da transportadora irlandesa convocaram para 25 e 26 de Julho uma greve em Espanha, Portugal, Itália e Bélgica. A paralisação em Itália só se realizará no primeiro dos dois dias.

Os trabalhadores exigem que a companhia aérea de baixo custo, entre outras coisas, passe a respeitar os direitos dos trabalhadores em cada país em que opera e reconheça os representantes sindicais eleitos, que pretendem negociar um acordo colectivo de trabalho.

Ao todo, são 300 os voos diários já cancelados na próxima quarta e quinta-feira devido a perturbações provocadas pela greve de tripulantes de cabine em Portugal, Espanha e Bélgica.

Os cancelamentos podem envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados pela Ryanair de e para Portugal (27%), estima a companhia.

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