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Acções da Ryanair aplaudem acordo com pilotos com maior subida em quase um ano
Os títulos da companhia aérea low-cost estão a disparar mais de 6%, depois do acordo alcançado com o sindicato dos pilotos irlandeses.
As acções da Ryanair estão a registar uma forte subida na bolsa de Dublin esta quinta-feira, 23 de Agosto, depois de a empresa e os pilotos irlandeses terem chegado a um acordo que deverá pôr fim à longa disputa que tem provocado disrupções no funcionamento da companhia aérea.
Os títulos disparam 6,35% para 13,985 euros, tendo chegado a valorizar um máximo de 6,46% para 14,00 euros durante a manhã, a maior subida intradiária desde 31 de Outubro de 2017, quando as acções chegaram a ganhar 7,94%. Actual cotação é a mais alta desde o início do mês.
O acordo, que foi anunciado esta manhã após uma maratona negocial de 22 horas, será submetido à votação dos pilotos, com o grupo sindical Forsa, que liderou as negociações, a recomendar que este seja aceite.
Um acordo na Irlanda é visto como fundamental para resolver uma disputa mais ampla na Ryanair, já que foi o pessoal do país de origem da empresa que iniciou um esforço de quase um ano para melhorar as condições de trabalho.
A última paralisação dos pilotos irlandeses, que se estendeu às bases da Holanda, Alemanha, Suécia e Bélgica, ocorreu no passado dia 10 de agosto, durante 24 horas, e provocou perturbações e mais de 400 voos.
O entendimento alcançado entre os pilotos e a empresa marca o primeiro acordo colectivo de trabalho na companhia aérea low-cost desde que concordou em aceitar a sindicalização no final do ano passado. Como tal, representa um passo "positivo notável" para a empresa, escreveu Mark Simpson, analista da Goodbody, numa nota de análise citada pela Bloomberg.
Segundo a agência noticiosa, as negociações entre a companhia e os pilotos irlandeses concentraram-se nas promoções, férias anuais e nos salários. A empresa revelou, através do Twitter, que levará as propostas ao conselho para aprovação assim que os pilotos votarem.
Entre Abril e Junho, os lucros da companhia irlandesa caíram 20% para 319 milhões de euros, ainda que as receitas tenham subido 9% para 2,08 mil milhões de euros.
A penalizar as contas da companhia aérea esteve o aumento dos preços dos combustíveis e a subida dos custos com pessoal. Além disso, como referiu a empresa em comunicado, os números foram prejudicados pelo facto de parte das férias da Páscoa terem "ficado fora do primeiro trimestre" e pelas greves dos controladores aéreos e a falta de pessoal em vários países europeus que provocaram o cancelamento de 2.500 voos entre os meses de Abril e Junho.