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Segundo maior accionista da Telecom Italia recusa dar "carta branca" à fusão entre a Oi e a TIM
"Se a Oi não tivesse dívida, litígios com as autoridades e problemas com os parceiros, seria outra coisa", mas dada às condições da operadora brasileira, Marco Fossati prefere esperar e não avançar para a fusão.
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O segundo maior accionista da Telecom Italia (TI) não vai dar "carta branca" a uma fusão entre as operadoras brasileiras TIM e Oi. Isto mesmo foi transmitido esta quinta-feira, 20 de Novembro, por Marco Fossati em entrevista ao jornal italiano Il Sole 24 Ore.
"Em relação ao dossier Oi, digo não a uma carta branca", disse Marco Fossati, dono do grupo Findim que detém 5% da operadora italiana.
O conselho de administração da companhia italiana vai-se reunir na sexta-feira, 21 de Novembro, para discutir a sua estratégia para o Brasil. A TI detém uma participação superior a 60% da operadora móvel TIM.
Neste momento, parecem haver duas opções para a TIM em cima da mesa: fazer uma fusão com a Oi ou ser comprada. Nesta última hipótese pode vir a ser comprada em conjunto pela Oi, Claro e Vivo para depois ser dividida.
A Oi está actualmente a avaliar ofertas que rondam os sete mil milhões de euros pela PT Portugal - a dona da Meo. Se o negócio avançar, a operadora brasileira vai ficar com dinheiro suficiente no bolso para avançar para a TIM, seja através da fusão ou da compra.
Mas apesar do empresário defender a permanência da companhia no mercado brasileiro de telecomunicações, considera que é preciso criar valor. "É errado sairmos do Brasil, mas a Telecom Italia não pode fazer operações que não criem valor para os accionistas. Vamos examinar as oportunidades, mas não a qualquer custo".
"A TIM tem que considerar todas as opções de crescimento no Brasil. Mas estamos a lidar com uma situação em que um dos nossos concorrentes [a Oi] está a viver uma crise societária e financeira. Se a Oi não tivesse dívida, litígios com as autoridades e problemas com os parceiros, seria outra coisa, mas nestas condições a Oi deve cortar custo e não pode investir", considera o empresário.
Marco Fossati defende que, apesar de um negócio com a Oi fazer "muito sentido a nível industrial", este só deve ser "feito no momento oportuno. Eu então pergunto-me se não devemos esperar", frisou o empresário, até porque a TIM obteve a licença para a tecnologia 4G, enquanto a Oi optou por ficar fora do leilão.
A reunião de amanhã da cupula da Telecom Italia promete assim ser animada. Ainda recentemente, o presidente executivo da companhia declarou que "é obrigatório explorar uma oportunidade tão grande e estratégica" como uma fusão ou aquisição.
"Não faz sentido dizer que há um preço para a opção de vender, mas o nosso plano A é manter a operação como a temos", disse Marco Patuano (na foto) no início de Novembro durante a apresentação de resultados trimestrais.
"Há um preço para tudo", sublinhou o líder da Telecom Italia, "mas a nossa estratégia principal é permanecer como estamos. A disciplina financeira e a criação de valor para o nosso accionista é o que nos guia".
A Oi está a ganhar 8,46% para 1,41 reais na bolsa de São Paulo, enquanto a Telecom Italia perde 1,53% para 89,98 cêntimos na bolsa de Milão.