O Conselho de Administração da Telecom Italia reuniu-se na sexta-feira, num encontro presidido por Giuseppe Recchi, para avaliar as perspetivas estratégicas do grupo no Brasil, segundo um comunicado ao regulador do mercado brasileiro CVM.

"Dadas as análises realizadas, o Conselho de Administração autorizou a administração a analisar de forma aprofundada as opções para uma possível integração da TimPart [TIM Participações] e da Oi", adianta a operadora de telecomunicações italiana.

"Os próximos passos, caso haja algum, serão submetidos à aprovação do Conselho, após o parecer do Comité de Conselheiros Independentes", conclui.

O mercado brasileiro está em fase de consolidação e a Oi, operadora brasileira que está em processo de combinação de negócios com a PT, é uma das partes interessadas no projecto.

Os analistas têm apontado o elevado nível de endividamento da Oi como um constrangimento para uma eventual consolidação no Brasil, apontando como caminho a venda de activos estratégicos.

Entre estes activos está a PT Portugal, que desde Maio passou a estar integrada na operadora brasileira e é alvo de duas ofertas de compra.

O grupo francês Altice está a oferecer 7.025 milhões de euros, enquanto o fundo britânico Apax Partners, em conjunto com o norte-americano Bain Capital, apresentaram uma proposta avaliada em mais 50 milhões de euros (7.075 milhões de euros) sobre a PT Portugal, que detém a Meo e o Sapo, entre outros.

Os fundos deverão apresentar uma proposta firme já no final da próxima semana.

Paralelamente, decorre uma oferta pública de aquisição sobre a PT SGPS, empresa que detém 25% da Oi e a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES).

A empresária angolana Isabel dos Santos, através da Terra Peregrin, propõe cerca de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade das ações da empresa portuguesa, ao preço de 1,35 euros por cada título.

Por sua vez, a Oi, que inicialmente considerou inaceitáveis as condições propostas pela Terra Peregrin, detém cerca de 10% da PT SGPS.

Entretanto, Isabel dos Santos retirou as condições que não agradavam à Oi, mas até ao momento a operadora ainda não se pronunciou.

A PT SGPS tem direito de veto numa eventual venda da PT Portugal.