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Acionistas da Unitel obrigados a pagar à Oi mais de 600 milhões
A Oi teve uma vitória no tribunal arbitral por conta do litígio na Unitel. Os restantes acionistas da operadora angolana ficam obrigados a pagar mais de 600 milhões de euros à Oi.
De acordo com o comunicado divulgado pela Oi, o tribunal arbitral "entendeu que os outros acionistas da Unitel violaram diversas previsões do acordo de acionistas" ao negarem a nomeação pela Oi, através da PT Ventures, de administradores na Unitel, e por terem suspendido de forma que o tribunal considerou injustificada os direitos da Oi na Unitel. Também considerou que houve transações dos acionistas em benefício próprio e não prestaram as informações devidas à Oi.
Acrescem 314,8 milhões de dólares, "correspondente aos danos" por não ter permitido que o recebimento dos dividendos, segundo a decisão final que data de 20 de fevereiro.
Além disso, o tribunal ordenou ainda que os acionistas da Unitel "paguem uma parcela substancial dos honorários e custos legais incorridos pela PT Ventures, correspondendo a um pagamento líquido à PT Ventures em valor
superior a 12 milhões de dólares , bem como 80% das taxas e despesas administrativas e dos árbitros, correspondendo a um pagamento líquido à PT Ventures em valor superior a1 milhão de dólares".
Na prática, "o Tribunal Arbitral rejeitou os pedidos reconvencionais dos Outros Acionistas da Unitel em sua integralidade". Por essas razões, a Oi considera que "no geral, a decisão resulta em uma reafirmação dos direitos da PT Ventures como acionista detentora de 25% do capital da Unitel, nos termos do Acordo de Acionistas".
A Oi passou a ser acionista da Unitel depois de em 2014 ter comprado a PT Ventures, a qual por sua vez detém 25% do capital da operadora angolana de telecomunicações. Além da PT Ventures, a Unitel é detida por três acionistas angolanos, cada um deles com 25% do capital, a Mercury (subsidiária da Sonangol), a Vidatel ( de Isabel dos Santos) e a Geni (detida pelo general Leopoldino Fragoso do Nascimento).
O longo braço de ferro
A participação na Unitel, bem como dos restantes activos africanos, foi herdada pela PT Portugal no seguimento do aumento de capital realizado decorrente do processo da combinação de negócios.
O conflito da Unitel com a Oi remonta a Setembro de 2014, quando a operadora brasileira anunciou que queria alienar a participação de 25% que detém na Unitel, através da Africatel – veículo herdado da PT Portugal no âmbito da combinação de negócios e detido em 75% pela Oi.
A Unitel, que tem a empresária Isabel dos Santos como uma das principais accionistas, sempre argumentou ter o direito de preferência sobre os 25% que a PT detinha na Unitel em caso de processos de venda ou fusão (como aconteceu no caso da Oi/PT).
Uma das consequências deste braço-de-ferro tem sido, precisamente, o atraso no pagamento de cerca de 246 milhões de euros de dividendos da Unitel à PT
(Notícia actualizada)