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Oi pediu administrador judicial na Unitel. Empresa diz-se vítima de um ataque

Brasileiros reclamam pagamento de dividendos. Unitel diz que já o quis fazer, acusando a Oi de apenas querer receber em moeda estrangeira. Disputa vai continuar no Tribunal Provincial de Luanda.

Miguel Baltazar
20 de Fevereiro de 2019 às 16:46
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A Unitel diz que está a ser vítima de um "ataque concertado e contínuo" levado a cabo pela brasileira Oi, empresa que em 2014 comprou a PT Ventures (PTV), a qual por sua vez detém 25% do capital da operadora angolana de telecomunicações.

Em causa está o facto de a PTV ter solicitado ao Tribunal Provincial de Luanda que nomeasse um administrador judicial para liderar a Unitel, substituindo o atual conselho de administração. Para fundamentar o seu pedido, a PTV alega que a Unitel se recusa a pagar os dividendos a que tem direito. A Unitel argumenta ainda que a Oi, com esta ação, pretende forçar os acionistas angolanas a comprarem a sua posição a um preço inflacionado.

Além da PTV, a Unitel é detida por três acionistas angolanos, cada um deles com 25% do capital, a Mercury (subsidiária da Sonangol),  a Vidatel ( de Isabel dos Santos) e a Geni (detida pelo general Leopoldino Fragoso do Nascimento).

 

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, 20 de Fevereiro, a Unitel classifica a ação judicial como "o mais recente esforço de ataque concertado e contínuo a Unitel e aos acionistas angolanos", acrescenta que as acusações da PTV são "infundadas" e "demonstram um completo desrespeito pela reputação exemplar da Unitel" e promete apresentar a sua defesa "contra essas alegações infundadas e difamatórias".

 

"A PTV alega que a Unitel se recusa a pagar dividendos pendentes, mas esta é uma declaração incorreta e falsa. A Unitel já se disponibilizou repetidamente para pagar os dividendos em Angola, conforme exigido por lei, mas a PTV tem-se recusado a aceitar esse pagamento, alegando que os seus dividendos deveriam ser pagos fora de Angola e em moeda estrangeira", sustenta a empresa no referido comunicado.

Segundo a operadora angolana, "a Oi, a empresa-mãe da PTV, fez várias declarações públicas de que não considera a Unietl como um ativo estratégico e que a sua intenção é vender a sua participação à primeira oportunidade. Esta ação judicial permite à Oi ter a expectativa de tomar o controlo de uma empresa angolana, para forçar os acionistas angolanos a adquirirem as ações pertencentes à Oi a um preço inflacionado".

O presidente da assembleia-geral da Unitel, Leopoldino do Nascimento, convocou para o próximo dia 19 de março de 2019, uma assembleia-geral extraordinária, destinada a analisar a ação judicial da PTV e também a eleger os corpos sociais da empresa para o mandato que se prolongará até 2022. 

Desde 2013, o  cargo de diretor-geral da Unitel é Tony Dolton, um inglês com larga experiência nos mercados africanos, tendo anteriormente passado pela Gana e o Egito ao serviço da Vodafone. 

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