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Isabel dos Santos sobre Oi e Unitel: “O meu forte não são as contas”
Isabel dos Santos prestou declarações no âmbito de um processo arbitral iniciado pela Oi. “Não sei” e “não me lembro” foram termos usados na audiência, onde a empresária angola também disse que o seu “forte não são as contas”.
Em Outubro de 2015, a Oi, através da PT Ventures, iniciou um processo arbitral contra os outros accionistas da Unitel por, alegou, estes terem violado o acordo parassocial da operadora angolana, incluindo o facto de não terem sido pagos à PT Ventures os dividendos da Unitel e terem retido "informações e esclarecimentos sobre tal pagamento". A PT Ventures exige um pagamento de três mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros, ao câmbio actual).
O processo está a decorrer na Câmara de Comércio Internacional de Paris, tendo Isabel dos Santos prestado declarações onde apresentou a sua defesa. O jornal Público teve acesso às transcrições da audiência da empresária angolana que alegou desconhecimento ou esquecimento sobre alguns assuntos.
"Não sei" e "não me lembro" foram termos usados abundantemente pela empresária, salienta o Público. A estes juntam-se respostas como "não sou boa com datas", "não sei detalhes, os contratos foram preparados por advogados" e "[não encontro documentos] porque mudei muitas vezes de casa".
Quando questionada, pelo advogado da PT Ventures, sobre se sabia como se calculou o valor da comissão de gestão de cerca de 155 milhões de dólares que a Unitel em 2013 se comprometeu a pagar à Tokeyna respondeu: "o meu forte não são as contas".
A Tokeyna foi uma empresa registada em nome de Isabel dos Santos nas ilhas Virgem através da qual foram assinados contratos de prestação de serviços de consultoria e suporte que deram origem ao pagamento de 155 milhões de euros, em 2013, e de 177,9 milhões em 2014.