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Putin culpa EUA pelo vírus dos ciberataques

Depois de a Rússia ter sido o país mais afectado pelo ciberataque iniciado na semana passada, o chefe de Estado russo vem agora culpar os serviços secretos dos EUA, que desenvolveram a ferramenta que está a permitir bloquear dezenas de milhares de computadores.

Bloomberg
15 de Maio de 2017 às 12:41
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O presidente russo responsabilizou directamente os Estados Unidos por estarem na origem do vírus que desencadeou o ciberataque mundial iniciado no final da semana passada, argumentando que o WannaCry foi produzido pelos serviços secretos norte-americanos.


"A Microsoft disse-o directamente: a fonte inicial deste vírus são as agências de segurança dos Estados Unidos. A Rússia não tem absolutamente nada a ver com isso. Dada esta informação, é estranho ouvir qualquer outra justificação," afirmou Vladimir Putin esta segunda-feira, 15 de Maio, citado pelo Financial Times.

Este domingo a tecnológica norte-americana Microsoft considerou que a responsabilidade pela vulnerabilidade dos sistemas atacados mundialmente cabe aos governos e que o incidente é um "sinal de alarme".


"Os governos do mundo devem tratar este ataque como um sinal de alerta. (…) Precisamos que ponderem o perigo que advém para os civis de acumular estas vulnerabilidades e o uso destes comandos que tiram partido de falhas," escreveu o presidente da Microsoft, Brad Smith, num blogue da empresa.


O software malicioso ("malware") usado nestes incidentes terá sido desenvolvido pela agência de segurança nacional norte-americana, a NSA, para explorar vulnerabilidades e infiltrar-se em computadores de terceiros. 
A ferramenta terá sido depois roubada à agência e disseminada por um grupo denominado Shadow Brokers.

A Microsoft desenvolveu uma "patch", ou "remendo", para esta vulnerabilidade em Março, mas que não foi actualizada em vários sistemas, expondo-os ao ataque dos últimos dias.


A Rússia – com organismos como o Ministério do Interior, a operadora telefónica MegaFon ou o banco Sberbank - terá sido o país mais afectado pela disseminação do software malicioso ("malware") que chegou a mais de 150 países e afectou 200 mil computadores, nas contas da Europol.


"Não há danos significativos para nós ou para as nossas instituições – seja na banca, na saúde ou noutros sectores. Mas é preocupante em termos gerais, não há nada de bom nisto, é preocupante," acrescentou o presidente russo.

O software malicioso é distribuído por e-mail, com um ficheiro comprimido e encriptado que permite ao software alcançar e infiltrar-se nos sistemas. Depois de deflagrado, encripta os ficheiros impedindo o acesso às funcionalidades do sistema e exigindo o pagamento de uma contrapartida para o desbloquear.

No caso desta sexta-feira, seria exigido o pagamento, no prazo de três dias, de cerca de 300 dólares através da moeda virtual bitcoin - método que dificulta a identificação do percurso do dinheiro -, valor que duplicaria ao fim desse período.

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