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Empresas de cibersegurança disparam em bolsa à boleia do ataque informático

As empresas mais expostas ao mercado europeu, onde se verificou o maior impacto dos ataques, são também as que mais reflectem positivamente a especulação de aumento de despesa em segurança informática depois dos ciberataques.

Reuters
15 de Maio de 2017 às 15:39
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As empresas do sector da segurança informática, cotadas em Nova Iorque, estão esta segunda-feira, 15 de Maio, a beneficiar em bolsa da expectativa de aumento da procura dos seus produtos e serviços na sequência dos ciberataques com software malicioso desencadeados na sexta-feira passada e que já atingiram mais de 150 países.

Títulos como os da Mimecast – que já estiveram a disparar 12,19% -, da FireEye (com um ganho de 7,91%), da Fortinet ou da Symantec (ambos com avanços superiores a 5%) destacam-se numa altura em que cresce a especulação de que empresas e serviços governamentais venham a aumentar a despesa em segurança informática para contrariar actuais e futuros ataques.

O fundo de acções PureFunds ISE Cyber Security ETF (identificado pelo ticker "HACK" e que congrega acções de empresas envolvidas na prestação de serviços de cibersegurança) ganha 3,26% para 30,71 dólares em Nova Iorque, para valores próximos de máximos de quase dois anos.

Analistas contactados pela Bloomberg referem que as empresas de nova geração que prestam serviços de cibersegurança são normalmente os maiores beneficiários desses gastos, para fazer frente a ameaças como o WannaCry, o software malicioso ("malware") que tem sido responsável pelos ataques dos últimos dias.

O analista Shaul Eyal, da Oppenheimer, refere que os receios da repetição de ataques de larga escala como este – que atingiu 200 mil computadores – conduzem a gastos para muitas organizações, que vêm estes incidentes como "sinal de alarme". A FireEye, uma das mais expostas ao mercado europeu, pode ser das que mais beneficiarão, antecipa.

Já Jonathan Ho, da William Blair, acredita que as tecnologias de "firewall" de nova geração, tal como a gestão de vulnerabilidades nos sistemas e de cópias de segurança, sairão ganhadoras da nova atenção criada pelos ataques, enquanto Pierre Ferragu, da Bernstein, nota o efeito cumulativo positivo que pode ser gerado pela ordem executiva de cibersegurança assinada na semana passada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

O Goldman Sachs, numa nota citada pela Bloomberg, também considera que este evento pode ser catalisador para aumentar os gastos com cibersegurança na Europa e Ásia e que os países e territórios mais afectados – como Ucrânia, Rússia, Índia ou Taiwan – ficaram para trás em termos de orçamento de segurança informática, quando comparados com os EUA.

Outras empresas ligadas à segurança informática ou às tecnologias de informação – como a Palo Alto, a Splunk ou a SecureWorks – ganham mais de 2%. Já do lado da Microsoft – cujos sistemas operativos apresentavam as vulnerabilidades que permitiram o ataque de ransomware – o início de sessão em Nova Iorque é de quedas, perdendo 0,78% para 67,85 dólares.

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