Notícia
Problemas de comunicações nos incêndios podem ser contornados com "drones"
A proposta é do INESC TEC e da Tekever, que estão a trabalhar numa solução a disponibilizar dentro de dois anos. Não há preço nem houve contactos com SIRESP ou Protecção Civil, mas a solução deverá ficar mais barata que as estações móveis.
A interrupção de comunicações por terra em situações de emergência – como a que tem marcado o combate aos incêndios que este verão afectam sobretudo o centro do país - pode vir em poucos anos a ser resolvida mais rapidamente e de forma menos dispendiosa com o auxílio de "drones".
É o que propõe o projecto WISE, a solução que está a ser desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e pela Tekever.
Assim, sempre que se interrompam as comunicações (no caso dos incêndios devido, por exemplo, à destruição de cabos de transmissão de dados entre antenas), em vez de se proceder à deslocação de estações móveis em camião, a reposição do serviço pode ser assegurada fazendo descolar "drones" que funcionarão como pontos de acesso "voador" à rede 4G ou disponibilizando ligações wi-fi.
Entre as vantagens assinaladas por Rui Campos, responsável pela área de redes sem fios do Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC, está a maior flexibilidade de posicionamento, custo mais baixo que as ligações satélite em que a estação móvel se suporta e disponibilidade de maior largura de banda.
Se já estivesse disponível, o uso deste equipamento num cenário como o de Pedrógão Grande em que se registou a interrupção de comunicações de emergência durante várias horas, "poderia ter permitido não só dar o apoio às equipas de emergências mas também ajudar a repor comunicações aos civis," refere aquele responsável em declarações ao Negócios.
O equipamento está ser desenvolvido no Porto por uma equipa de 20 pessoas, com o INESC TEC encarregado da concepção e desenvolvimento da solução de comunicações e a Tekever, empresa de drones que já trabalha com a Marinha e a Força aérea, com o desenvolvimento do protótipo de voo.
O projecto, que pressupõe um investimento de 180 mil euros, arrancou há cerca de um ano, em Junho de 2016, e terminará em Maio de 2019, quando o primeiro protótipo estiver concluído. O WISE é financiado por fundos FEDER através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização COMPETE 2020 e por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Com menos de um metro de envergadura, o equipamento que está a ser trabalhado estará equipado com uma caixa de comunicações reduzida e uma autonomia que, numa primeira fase, não irá além dos 40 minutos. Mas Rui Campos frisa que a solução de comunicações em desenvolvimento – "uma novidade mundial" – pode ser aplicada a "drones" com maior tempo de voo no futuro.
Até agora ainda não houve contactos entre os promotores do projecto e a empresa que gere as redes de emergência (SIRESP) ou a Autoridade Nacional de Protecção Civil. E embora não seja possível avançar um preço final de comercialização da solução, o objectivo de Rui Campos é que com o seu uso "sejam reduzidos os custos com estações móveis".
A título de exemplo, as duas carrinhas compradas em 2015 pelo Governo anterior para este fim custaram 357 mil euros, para as quais o actual Executivo - depois de Pedrógão Grande - anunciou a compra por ajuste directo de duas antenas satélite, por 70 mil euros. A que há que juntar os custos com a comunicação via satélite.
Além do potencial uso em cenário de combate a incêndios, a solução de drones pode ser ainda utilizada noutras situações, como cheias, festivais de verão ou manifestações. E a confidencialidade das comunicações fica garantida, assegura Rui Campos. Já a compatibilização do voo de dispositivos não-tripulados com os meios aéreos de combate a incêndios, que terá de ser garantido nestes casos, dependerá da gestão integrada do espaço aéreo, afirma o responsável.
É o que propõe o projecto WISE, a solução que está a ser desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e pela Tekever.
Entre as vantagens assinaladas por Rui Campos, responsável pela área de redes sem fios do Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC, está a maior flexibilidade de posicionamento, custo mais baixo que as ligações satélite em que a estação móvel se suporta e disponibilidade de maior largura de banda.
Se já estivesse disponível, o uso deste equipamento num cenário como o de Pedrógão Grande em que se registou a interrupção de comunicações de emergência durante várias horas, "poderia ter permitido não só dar o apoio às equipas de emergências mas também ajudar a repor comunicações aos civis," refere aquele responsável em declarações ao Negócios.
O equipamento está ser desenvolvido no Porto por uma equipa de 20 pessoas, com o INESC TEC encarregado da concepção e desenvolvimento da solução de comunicações e a Tekever, empresa de drones que já trabalha com a Marinha e a Força aérea, com o desenvolvimento do protótipo de voo.
O projecto, que pressupõe um investimento de 180 mil euros, arrancou há cerca de um ano, em Junho de 2016, e terminará em Maio de 2019, quando o primeiro protótipo estiver concluído. O WISE é financiado por fundos FEDER através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização COMPETE 2020 e por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Com menos de um metro de envergadura, o equipamento que está a ser trabalhado estará equipado com uma caixa de comunicações reduzida e uma autonomia que, numa primeira fase, não irá além dos 40 minutos. Mas Rui Campos frisa que a solução de comunicações em desenvolvimento – "uma novidade mundial" – pode ser aplicada a "drones" com maior tempo de voo no futuro.
Até agora ainda não houve contactos entre os promotores do projecto e a empresa que gere as redes de emergência (SIRESP) ou a Autoridade Nacional de Protecção Civil. E embora não seja possível avançar um preço final de comercialização da solução, o objectivo de Rui Campos é que com o seu uso "sejam reduzidos os custos com estações móveis".
A título de exemplo, as duas carrinhas compradas em 2015 pelo Governo anterior para este fim custaram 357 mil euros, para as quais o actual Executivo - depois de Pedrógão Grande - anunciou a compra por ajuste directo de duas antenas satélite, por 70 mil euros. A que há que juntar os custos com a comunicação via satélite.
Além do potencial uso em cenário de combate a incêndios, a solução de drones pode ser ainda utilizada noutras situações, como cheias, festivais de verão ou manifestações. E a confidencialidade das comunicações fica garantida, assegura Rui Campos. Já a compatibilização do voo de dispositivos não-tripulados com os meios aéreos de combate a incêndios, que terá de ser garantido nestes casos, dependerá da gestão integrada do espaço aéreo, afirma o responsável.