O canal de informação da RTP "dever ter vocação de proximidade" e isso está previsto na proposta de contrato de concessão que está a ser analisado pela ERC e pelo Conselho de Opinião da RTP, assegurou esta terça-feira, 11 de Fevereiro, o ministro-adjunto, que tem a tutela da comunicação social, Miguel Poiares Maduro.

Em audição na Assembleia da República, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional salientou que o contrato de concessão agora em análise, que já resulta de um processo de consulta pública, "manterá a ideia de que o canal de informação deve ter vocação de proximidade e até, no futuro, possa ter janelas regionais. É um dos elementos de diferenciação do serviço público relativamente a outros operadores. Deve ter valor acrescentado diferenciador".

Poiares Maduro garantiu, ainda, que se pretende dar à RTP 2 um carácter cultural. "Que a RTP 2 não seja o que é hoje. A RTP 2, em certa medida, foi transformada num serviço de programas que tem muito pouca audiência e sem identidade própria". Agora, pretende-se que seja "um serviço de programas com forte identidade cultural".

O ministro-adjunto está, no Parlamento, na Comissão de Ética a falar dos novos estatutos da RTP que cria um Conselho Geral e Independente. Poiares Maduro voltou a dizer que será transferido para este Conselho as responsabilidade de tutela sectorial e garantiu que não se vai introduzir nova camada de controlo.

"O interesse do Estado passa a ser prosseguido pelo Conselho", mantendo o Ministério das Finanças a supervisão financeira. Poiares Maduro diz que é preciso não confundir Estado com Governo. "Temos mais Estado e menos Governo, não se pode confundir Estado e Governo. É uma mudança tão radical que é difícil de perceber".