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Poiares Maduro: RTP está com dificuldade em obter financiamento bancário
A RTP está a ter dificuldade em obter um financiamento bancário, assumiu Miguel Poiares Maduro, ministro-adjunto e do Desenvolvimento regional.
Numa audição na Assembleia da República, Poiares Maduro garantiu, aliás, que a secretaria de Estado do Tesouro tem vindo a apoiar a RTP na tentativa de obter financiamento.
"A obtenção de financiamento bancário é difícil" e vai haver mais uma reunião da secretaria de Estado do Tesouro "para apoiar e assessorar a RTP na procura desse financiamento, mas a dificuldade que a empresa tem tido na obtenção tem adiado a redução de alguns custos". Poiares Maduro diz que a contribuição do audiovisual tenta compensar isso.
Cecília Honório, deputada do Bloco de Esquerda, afirmou, na Comissão de Ética, que a RTP estava em asfixia financeira. "É provável que não exista dinheiro para salários em Março", disse a deputada bloquista, para quem a contribuição do audiovisual é insuficiente.
Poiares Maduro negou-se a subir mais a contribuição do audiovisual. "O financiamento atribuído à RTP é o adequado, o financiamento que recebe este ano é maior do que o previsto no plano de redimensionamento da empresa. Há até uma adequação maior da empresa aos constrangimentos financeiros de todo o País".
Poiares Maduro garantiu não ter qualquer conhecimento de que a RTP ficaria sem dinheiro em Março. "Não sei minimamente a que se refere, se houvesse esse risco a RTP teria informado". E recentemente recebeu a contribuição audiovisual da Madeira. Por isso, disse, "não há razão mínima para que isso possa acontecer [deixar de ter dinheiro em Março]. Não sei de onde virá tal especulação".
O ministro ainda acrescentou que a RTP "tem um orçamento maior que o total do investimento publicitário em todas as televisões em Portugal". E tem 1.800 trabalhadores, quando os privados têm 400, disse. "Por muito que sejam relevantes as obrigações de serviço público, a RTP tem de reduzir os recursos humanos até para investir mais em grelha e conteúdos. Já disse ao conselho de administração que a redução dos recursos humanos deve ser feita com o menor custo social possível".