"O mais importante não é saber se na transmissão de funções o assunto dos swaps foi falado, mas porque é que o antigo secretário de Estado do Tesouro e ex-director-geral do Tesouro e Finanças não actuaram e denunciaram esses contratos", disse o comentador político, à margem da inauguração da sede de candidatura do PSD/CDP-PP, em Gaia.

O ex-director-geral do Tesouro e Finanças Pedro Felício enviou à agora ministra das Finanças, ainda no verão de 2011, informação detalhada sobre 145 swaps contratados por nove empresas públicas, com valores de perdas potenciais e testes de sensibilidade.

De acordo com os documentos a que agência Lusa teve acesso, Pedro Felício enviou vários emails com anexos, entre eles uma folha Excel com 145 contratos swap contratados pela TAP, Metro de Lisboa, Metro do Porto, Águas de Portugal, CP, Refer, STCP, ANA, Transtejo e da Parpública.

"Espero que a situação seja esclarecida com responsabilidade e sem politiquices. Não sei se há culpa de anteriores ou atuais governantes ou de uns e de outros, mas toda a gente quer ser esclarecida", afirmou Marques Mendes. 

E, acrescentou, "quem diz que em 2011 já conhecia todos estes contratos tem de explicar ao país porque não actuou sobre eles, não exigiu responsabilidades aos gestores e pôs ordem nos bancos".

O vice-presidente do CDS-PP, Nuno Melo, também presente na inauguração, referiu que não sabe se a sucessora de Vítor Gaspar conhecia ou não o dossiê e que de swaps não sabe "coisa nenhuma". "A ministra, tal como os restantes membros do Governo, têm estado disponíveis, como é devido, para prestar os esclarecimentos necessários", declarou.

Na sua opinião, a remodelação governamental tornou o executivo mais forte, mais preparado e "à altura" das necessidades do país. Sem problemas de credibilidade e competências, salientou Nuno Melo, o Governo está agora "mais virado" para o investimento, emprego, empresas e economia.