Notícia
Lucros da Jerónimo Martins cresceram 28,2% em 2023 para 756 milhões de euros
Dona do Pingo Doce fechou 2023 com vendas de 30,6 mil milhões de euros, um aumento de 20,6%. Deflação alimentar apontado como "maior desafio" para 2024, ano que vai marcar a entrada da Jerónimo Martins na Eslováquia.
A Jerónimo Martins fechou o ano passado com lucros de 756 milhões de euros, valor que traduz um aumento de 28,2% face a 2022, anunciou, esta quarta-feira, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce indica que as vendas consolidadas cresceram 20,6% para 30,6 mil milhões de euros, um marco ultrapassado pela primeira vez, como referido nos resultados preliminares.
"O forte desempenho conseguido ao nível das vendas em valor e em volume reforçou as nossas posições de mercado e protegeu a rentabilidade, levando o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) consolidado a crescer 17%. Já a respetiva margem fixou-se nos 7,1% (contra 7,3% em 2022), "refletindo o impacto do investimento em preço e a inflação registada ao nível dos custos", explica a retalhista.
No entanto, no final do ano, o balanço do grupo "apresentava-se sólido com uma posição líquida de caixa de 1,2 mil milhões de euros", refere a Jerónimo Martins.
Olhando ao desempenho por insígnias, a maior contribuição advém da polaca Biedronka que, contas feitas em euros, viu as vendas aumentarem 22,3% face ao ano anterior para 21,5 mil milhões, com o crescimento em volumes a manter-se positivo ao longo de todo o ano "num claro contraste com a queda registada no mercado de retalho alimentar polaco". A Jerónimo Martins realça, aliás, que a marca da "joaninha" encerrou "mais um ano de extraordinário desempenho" com 174 lojas a mais do que no ano anterior (203 aberturas e 29 encerramentos), contando com 3.569 espaços.
A também polaca Hebe, cadeia especializada em saúde e beleza do grupo, viu igualmente a faturação engordar, com as vendas comparáveis (Like-for-like) em euros das 345 lojas a subirem 30,9% para 469 milhões de euros.
Já em Portugal, onde "o contexto de consumo permaneceu frágil" com "o rendimento disponível das famílias sob pressão", o Pingo Doce "registou um sólido crescimento das vendas, reforçando a competitividade da insígnia e o desempenho de volumes", que a Jerónimo Martins diz ser "resultado da sua assertiva política de preços e promoções, do contributo da área de 'meal solutions' e do diferenciador 'layout' de loja que está a ser implementado no âmbito do programa de remodelações". Em números: as vendas cresceram 7,9% para 4,9 mil milhões de euros. O Pingo Doce tinha 482 lojas no final de 2023 (abriu 11 e encerrou uma).
Já o Recheio, com 43 espaços, entregou "um forte crescimento de vendas no ano", de 15,1% para 1,3 mil milhões de euros, com um LFL de 14%, com o grupo a apontar que "a dinâmica que se verificou no turismo em Portugal foi o motor de crescimento do setor de cash & carry".
Por fim, na Colômbia, a insígnia Ara, "entregou" vendas de 2,4 mil milhões de euros, 37,7% acima de 2022, no ano em que abriu 200 localizações, ficando a operar 1.290 lojas.
Um desafio chamado deflação alimentar em 2024
"Num contexto de grande incerteza associada às tensões geopolíticas crescentes e de pressão acrescida para o negócio resultante da perigosa combinação entre a deflação alimentar e a elevada inflação de custos, utilizaremos a solidez das nossas posições de mercado para não nos desviarmos do nosso foco estratégico. As nossas equipas continuarão a dar prioridade ao crescimento das vendas em volume, pela oferta de qualidade ao melhor preço e à maximização da eficiência dos processos operacionais como ferramentas para proteger a rentabilidade em todos os países", diz o presidente do conselho de administração e administrador-delegado da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha os resultados financeiros de 2023.
"Neste arranque de 2024, estamos conscientes de que a deflação alimentar que estimamos para o primeiro semestre será o nosso maior desafio. Uma deflação que tenderá a levar à priorização do crescimento dos volumes por parte de todos os retalhistas e, consequentemente, a uma crescente intensidade concorrencial nos mercados em que operamos", afirma.
No relatório, a Jerónimo Martins indica, aliás, que nos negócios de retalho alimentar se verifica, desde o final do ano passado, "deflação nas principais categorias - 'commodities', carne, laticínios, frutas e vegetais", pelo que "ao iniciar 2024, o grupo enfrenta um período no qual se conjuga, numa intensidade sem precedentes, uma rápida redução dos preços de venda com uma elevada inflação de custos, o que irá continuar a pressionar as nossas margens".
Relativamente ao investimento, a Jerónimo Martins diz que" a visão de longo prazo mantém-se válida" e reitera o compromisso com o programa de investimento, que, em 2024, se espera venha a cifrar-se em 1,2 mil milhões de euros, em linha com o realizado em 2023. Para além da expansão e remodelação das redes de lojas, o programa inclui o reforço da operação logística na Polónia, em Portugal e na Colômbia e considera também o investimento inicial para lançar a operação na Eslováquia, cujas primeiras lojas deverão abrir no final deste ano.
Adicionalmente, a Jerónimo Martins prevê também "um maior investimento em capital circulante, num cenário de deflação ao qual se somam o abrandamento do crescimento, a manutenção de taxas de juro elevadas e os constrangimentos no acesso ao crédito que continuarão a pressionar também os nossos parceiros comerciais locais, principalmente nas categorias de marca própria e perecíveis, o que poderá levar a reduções nos prazos de pagamento".
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce indica que as vendas consolidadas cresceram 20,6% para 30,6 mil milhões de euros, um marco ultrapassado pela primeira vez, como referido nos resultados preliminares.
No entanto, no final do ano, o balanço do grupo "apresentava-se sólido com uma posição líquida de caixa de 1,2 mil milhões de euros", refere a Jerónimo Martins.
Olhando ao desempenho por insígnias, a maior contribuição advém da polaca Biedronka que, contas feitas em euros, viu as vendas aumentarem 22,3% face ao ano anterior para 21,5 mil milhões, com o crescimento em volumes a manter-se positivo ao longo de todo o ano "num claro contraste com a queda registada no mercado de retalho alimentar polaco". A Jerónimo Martins realça, aliás, que a marca da "joaninha" encerrou "mais um ano de extraordinário desempenho" com 174 lojas a mais do que no ano anterior (203 aberturas e 29 encerramentos), contando com 3.569 espaços.
A também polaca Hebe, cadeia especializada em saúde e beleza do grupo, viu igualmente a faturação engordar, com as vendas comparáveis (Like-for-like) em euros das 345 lojas a subirem 30,9% para 469 milhões de euros.
Já em Portugal, onde "o contexto de consumo permaneceu frágil" com "o rendimento disponível das famílias sob pressão", o Pingo Doce "registou um sólido crescimento das vendas, reforçando a competitividade da insígnia e o desempenho de volumes", que a Jerónimo Martins diz ser "resultado da sua assertiva política de preços e promoções, do contributo da área de 'meal solutions' e do diferenciador 'layout' de loja que está a ser implementado no âmbito do programa de remodelações". Em números: as vendas cresceram 7,9% para 4,9 mil milhões de euros. O Pingo Doce tinha 482 lojas no final de 2023 (abriu 11 e encerrou uma).
Já o Recheio, com 43 espaços, entregou "um forte crescimento de vendas no ano", de 15,1% para 1,3 mil milhões de euros, com um LFL de 14%, com o grupo a apontar que "a dinâmica que se verificou no turismo em Portugal foi o motor de crescimento do setor de cash & carry".
Por fim, na Colômbia, a insígnia Ara, "entregou" vendas de 2,4 mil milhões de euros, 37,7% acima de 2022, no ano em que abriu 200 localizações, ficando a operar 1.290 lojas.
Um desafio chamado deflação alimentar em 2024
"Num contexto de grande incerteza associada às tensões geopolíticas crescentes e de pressão acrescida para o negócio resultante da perigosa combinação entre a deflação alimentar e a elevada inflação de custos, utilizaremos a solidez das nossas posições de mercado para não nos desviarmos do nosso foco estratégico. As nossas equipas continuarão a dar prioridade ao crescimento das vendas em volume, pela oferta de qualidade ao melhor preço e à maximização da eficiência dos processos operacionais como ferramentas para proteger a rentabilidade em todos os países", diz o presidente do conselho de administração e administrador-delegado da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha os resultados financeiros de 2023.
"Neste arranque de 2024, estamos conscientes de que a deflação alimentar que estimamos para o primeiro semestre será o nosso maior desafio. Uma deflação que tenderá a levar à priorização do crescimento dos volumes por parte de todos os retalhistas e, consequentemente, a uma crescente intensidade concorrencial nos mercados em que operamos", afirma.
No relatório, a Jerónimo Martins indica, aliás, que nos negócios de retalho alimentar se verifica, desde o final do ano passado, "deflação nas principais categorias - 'commodities', carne, laticínios, frutas e vegetais", pelo que "ao iniciar 2024, o grupo enfrenta um período no qual se conjuga, numa intensidade sem precedentes, uma rápida redução dos preços de venda com uma elevada inflação de custos, o que irá continuar a pressionar as nossas margens".
Relativamente ao investimento, a Jerónimo Martins diz que" a visão de longo prazo mantém-se válida" e reitera o compromisso com o programa de investimento, que, em 2024, se espera venha a cifrar-se em 1,2 mil milhões de euros, em linha com o realizado em 2023. Para além da expansão e remodelação das redes de lojas, o programa inclui o reforço da operação logística na Polónia, em Portugal e na Colômbia e considera também o investimento inicial para lançar a operação na Eslováquia, cujas primeiras lojas deverão abrir no final deste ano.
Adicionalmente, a Jerónimo Martins prevê também "um maior investimento em capital circulante, num cenário de deflação ao qual se somam o abrandamento do crescimento, a manutenção de taxas de juro elevadas e os constrangimentos no acesso ao crédito que continuarão a pressionar também os nossos parceiros comerciais locais, principalmente nas categorias de marca própria e perecíveis, o que poderá levar a reduções nos prazos de pagamento".