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No país como nas empresas: "Sem boa gestão não há resultados", diz Soares dos Santos

Líder da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirma que "fraca qualidade e gestão dos políticos" obriga a sociedade portuguesa a pensar em mudança.

Miguel Baltazar
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 07 de Março de 2024 às 12:40
O presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, considera que no país, tal como nas empresas, "sem boa gestão não há resultados", apontando que "a fraca qualidade" dos políticos em Portugal leva a sociedade a pensar na necessidade de uma mudança.

"A fraca qualidade e gestão dos nossos políticos obriga-nos a pensar se não devemos mudar como sociedade – esse para mim o é maior desafio. Falta qualidade de gestão em perceber o bem comum e o que é que interessa. Se os nossos políticos nos últimos 20 anos tivessem sabido responder às necessidades dos portugueses, Portugal teria crescido - não estagnado", afirmou, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do grupo, num comentário "contido" às eleições, em face de "estarmos mesmo às portas" do escrutínio, marcado para domingo, dia 10.

Mas o que é preciso mudar? "Se as pessoas se revêm nesta sociedade - muito bem. Se não se revêm, tenham a coragem de assumir e de lutar por essa diferença", complementou, deixando claro que, a seu ver, o problema de Portugal "não é falta de dinheiro".

Questionado sobre se as grandes empresas, como a Jerónimo Martins, não deveriam fazer mais designadamente ao nível dos salários - um dos temas mais falados na campanha eleitoral - Pedro Soares dos Santos respondeu com números. "Nos últimos cinco anos pagamos mais de mil milhões de euros em prémios às pessoas que trabalham connosco. Isso não tem impacto? Todos os anos temos aumentos", afirmou, indicando que, no Pingo Doce, a última atualização salarial foi na ordem dos 7%, antes de questionar, retórico, quantas empresas o fazem em Portugal.

Aliás, garantiu, a remuneração dos trabalhadores - em Portugal são 35.723 entre Pingo Doce e Recheio - será a única componente que vai ser blindada no ano "difícil" que o grupo antecipa. 2024 "não vai ser nada benéfico com a deflação. Vai ter impacto [nas contas]? Vai, mas não na parte remuneratória das pessoas. Sabíamos desde o ano passado, mas não deixamos de fazer aumentos. Onde vamos procurar essa compensação? Na eficiência", afirmou o líder da Jerónimo Martins.

Relativamente à possibilidade de baixarem preços dos produtos, o líder da Jerónimo Martins garantiu que esse "esforço existe", mas sem por em causa o balanço da companhia. "Não nego que tem de ser fazer [esse esforço], mas se virem a margem nos últimos seis anos [verificam] que está permanentemente a baixar, por causa desse equilíbrio, porque se o consumidor não beneficiar não ganhámos. Agora, preferimos volumes - prefiro vender 10 mil caixas a 1 euro do que 100 a 10, por isso, fazemos este 'trade-off', estamos muito focados nisso e em fazer tudo o que for possível" nesse sentido", afirmou.

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