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Líder da Jerónimo Martins: "Nunca pensei que fosse possível atingir 30 mil milhões" em vendas

Administradora financeira do grupo, Ana Luísa Virgínia, adverte, no entanto, que marco traz "responsabilidade" adicional de "crescer em cima de crescimento", num ano que se antecipa "complicado".

Miguel Baltazar
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 07 de Março de 2024 às 12:50
O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou, esta quinta-feira, que o "número fantástico" das vendas alcançado em 2023 "prova bem a dimensão do grupo nos mercados onde opera".

"Nunca pensei que fosse possível atingir os 30 mil milhões de euros. É um número realmente fantástico", realçou Pedro Soares dos Santos, na conferência de imprensa de apresentação de resultados da Jerónimo Martins, chamando a atenção para o também "muito bom" desempenho do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e a "importância" de manter "taxas de crescimento constantes", sem "picos".

Esse "marco", complementou a administradora financeira do grupo, Ana Luísa Virgínia, traz "muita responsabilidade" no sentido em que vai implicar "crescer em cima de crescimento".

A Jerónimo Martins fechou o ano passado com lucros de 756 milhões de euros, o que representa um aumento de 28,2% face a 2022, depois de ter alcançado vendas recorde de 30,6 mil milhões de euros nos três mercados onde opera: Polónia, Portugal e Colômbia.

O resultado foi atribuído ao "forte desempenho conseguido ao nível das vendas em valor e em volume", já que, segundo o grupo, reforçou as suas posições de mercado e protegeu a rentabilidade, levando o EBITDA consolidado a crescer 17%. Já a respetiva margem fixou-se nos 7,1% (contra 7,3% em 2022), "refletindo o impacto do investimento em preço e a inflação registada ao nível dos custos".

Os resultados ainda assim, assinalou a CFO, "não cresceram tanto quanto as vendas, o que tem a ver com a inflação de custos, normalmente relacionada com as rendas, e com o investimento do grupo nas suas pessoas, incluindo aumentos a nível salarial".

Mil milhões em impostos e outros tanto em investimento

Além disso, "o grupo investiu muito mais e pagou muito mais impostos do que os resultados líquidos" que obteve em 2023, portanto, na prática, isso "significa que sem gerar este tipo de resultados não se pode continuar a manter investimento e gerar riqueza e é isso que grupo se propõe a fazer mesmo em anos desafiantes como esperamos em 2024", enfatizou ainda Ana Luísa Virgínia.

Em números: e, 2023, a Jerónimo Martins pagou em impostos 1.015 milhões de euros (849 milhões na Polónia, 141 milhões em Portugal e 25 milhões na Colômbia); investiu 1.210 milhões de euros (575 milhões na Polónia, 377 milhões em Portugal, essencialmente no Pingo Doce, com a remodelação das lojas em face da "grande aposta" na restauração, e 258 milhões na Colômbia). "Continuamos a ser um enorme investidor, talvez o maior investidor português nesta área".

E, por fim, no ano passado, criou 3.285 empregos nas três geografias onde opera, passando a somar 134.379 colaboradores. É, aliás, como realçou Pedro Soares dos Santos, o "maior empregador na Polónia, com 84.853 trabalhadores e está no top 10 na Colômbia. Em 2023, segundo os dados facultados pelo grupo, foram gastos 312 milhoes em prémios e outras medidas de reconhecimento (+8%) e 42,2 milhões em medidas de responsabilidade social interna e bem-estar.

"Continuamos a investir porque sem pessoas não tinhamos futuro", comentou o CEO do grupo, o 19.º maior retalhista alimentar da Europa, segundo a Deloitte, apontando que "os impactos que criamos nas sociedades onde estamos é o mais importante".

"Crescemos de forma rentável e sustentável. Se estas duas fórmulas não se juntarem não temos negócio, faz parte do nosso ADN", reforçou, indicando que o grupo está incluído em mais de 130 índices internacionais de sustentabilidade e lembrando que, pelo quarto ano consecutivo, a Jerónimo Martins obteve a melhor classificação a nível mundial pelo CDP no combate às alterações climáticas, na gestão da água enquanto recurso crítico e na e gestão das "commodities" mais associadas ao risco de desflorestação (óleo de palma, madeira, gado bovino e soja). "É porque temos feito alguma coisa que as pessoas sentem que tem sido transformador", assinalou.

2024 antecipa-se "complicado" na perspetiva da Jerónimo Martins, como advertiu, de resto, o grupo na apresentação dos resultados ao mercado. "Ao iniciar 2024, o grupo enfrenta um período no qual se conjuga, numa intensidade sem precedentes, uma rápida redução dos preços de venda com uma elevada inflação de custos, o que irá continuar a pressionar as nossas margens", lê-se no documento que aponta que a "deflação alimentar", que a Jerónimo Martins antecipa para o primeiro semestre, será o seu "maior desafio", pois "tenderá a levar à priorização do crescimento dos volumes por parte de todos os retalhistas e, consequentemente, a uma crescente intensidade concorrencial nos mercados" em que opera.

Notícia atualizada

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