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Vendas da Jerónimo Martins crescem 18,6% para 8,1 mil milhões de euros entre janeiro e março

Os lucros do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos atingiram 97 milhões de euros caindo 30,7% face aos 140 milhões de euros apurados no primeiro trimestre de 2023.

Miguel Baltazar
26 de Abril de 2024 às 07:30
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As vendas consolidadas da Jerónimo Martins entre janeiro e março cresceram 18,6% para 8,1 mil milhões de euros (+9,9%, a taxas de câmbio constantes), anunciou, esta sexta-feira, a dona do Pingo Doce.

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos indica que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 13,9% para 508 milhões de euros (+5,1% a taxas de câmbio constantes), com a respetiva margem a fixar-se nos 6,3% (6,6% em igual período de 2023).

o resultado líquido atingiu 97 milhões de euros, incorporando a dotação inicial de 40 milhões de euros da recém-criada Fundação Jerónimo Martins, valor que compara com os 140 milhões de euros apurados nos primeiros três meses do ano passado, traduzindo assim uma quebra de 30,7%, de acordo com o relatório e contas do primeiro trimestre.

Os resultados do primeiro trimestre do ano da Jerónimo Martins falharam as estimativas dos analistas da Bloomberg a vários níveis, ficando abaixo em particular nos lucros (a previsão era de 101,2 milhões de euros). O grupo, por seu turno, salienta que foram "em linha com o mesmo trimestre do ano anterior, se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente".

No documento, submetido à CMVM, o grupo, com operação em Portugal, Polónia e Colômbia, descreve um "contexto particularmente desafiante" em que as suas maiores insígnias operam com deflação nas vendas, o que "contrasta sobremaneira com o sucedido no mesmo trimestre do ano anterior, quando a inflação alimentar ultrapassou os 20%".

Uma mudança, de resto, antecipada. "Entrámos em 2024 conscientes de que a conjugação da deflação alimentar com a inflação nos custos iria intensificar o
ambiente concorrencial nos diferentes mercados, em especial na Polónia. Mantivemos, por isso, um foco inabalável na liderança de preço como forma de continuar a crescer volumes e a reforçar as nossas posições competitivas", diz o presidente e CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha o relatório.

Não obstante, "a consistência e assertividade na execução desta estratégia levaram todas as insígnias do Grupo a entregar, nos primeiros três meses do ano, crescimentos de vendas na mesma base de lojas e para além do efeito positivo de calendário [ano bisssexto e antecipação da Páscoa face a 2023], apesar da inflação negativa ou nula registada nos respetivos cabazes", contrapõe, embora apontando que "o desafio adicional de operar num contexto de deflação alimentar e elevada inflação de custos manter-se-á".

Olhando ao desempenho por insígnias, na Polónia, as vendas da Biedronka subiram 4,6% em termos comparáveis para 5.791 milhões de euros, com a marca da "joaninha" a pesar 71,3% do total.

o Pingo Doce surge em segundo lugar, tendo faturado entre janeiro e março 1.166 milhões de euros refletindo um aumento "like-for-like" de 9,5% (excluído combustível), representando 14,5% das receitas do grupo.

Ao pódio sobe a colombiana Ara que cresceu 5,8% para 711 milhões de euros, detendo uma fatia de 8,8% no bolo da Jerónimo Martins.

Por fim, as receitas do "cash and carry" Recheio aumentaram 3,4% para 302 milhões de euros, enmquanto as da polaca Hebe subiram 18,2% para 130 milhões de euros.
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