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Vendas da Jerónimo Martins cresceram 9,3% para 33,5 mil milhões em 2024
A dona do Pingo Doce fechou o ano passado com vendas ligeiramente acima do esperado pelos analistas com todas as insígnias a contribuírem para o desempenho. Em termos Like-For-Like, ou seja, de vendas comparáveis, a Biedronka, a joia da coroa do grupo, teve um recuo de 0,3%.
As vendas da Jerónimo Martins aumentaram 9,3% em 2024 para 33.465 milhões de euros, de acordo com dados preliminares, enviados, esta terça-feira, pelo grupo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já em termos LFL [Like-For-Like, indicador de vendas comparáveis] a subida foi apenas de 0,6%.
"Antecipámos um ano de 2024 difícil, conscientes que a queda da inflação alimentar, acompanhada por uma elevada inflação nos custos, levaria à intensificação da concorrência nos mercados em que operamos e a uma maior pressão sobre o negócio", diz o presidente do conselho de administração e CEO, Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha o comunicado, para assinalar que "num contexto em que o consumidor permaneceu cauteloso, todas as insígnias investiram no reforço do seu posicionamento de preço, oferecendo as melhores oportunidades de poupança, e, em simultâneo, na melhoria do seu sortido, na experiência global de compra e na expansão da sua presença nos respetivos mercados (com um total de 386 aberturas e 366 remodelações no ano)".
Tanto os dados relativos ao cômputo do ano como os do quarto trimestre - em que as vendas cresceram 6,7% para 8,7 mil milhões de euros - ficaram ligeiramente acima do consenso de analistas da Bloomberg.
Olhando ao desempenho por mercados, na Polónia, a Biedronka subiu as vendas em 9,6% para 23,6 mil milhões de euros, com o grupo a assinalar que a marca da "joaninha" operou com deflação no cabaz, mas conseguiu "crescer volumes mesmo num contexto de contenção do mercado de retalho alimentar e face ao forte comparativo de 2023". Contudo, a joia da coroa, que contribuiu com mais de 70% das receitas totais, foi a única a registar uma quebra no LFL [Like-For-Like, indicador de vendas comparáveis] de 0,3%.
Já as vendas da Hebe, em euros, atingiram 583 milhões de euros, ficando 24,3% acima de 2023.
Em Portugal, o Pingo Doce viu as vendas aumentarem 4,5% para 5,1 mil milhões de euros em 2024, ou 4% excluindo combustível em termos LFL, enquanto a cadeia de "cash & carry" Recheio faturou 1,4 mil milhões de euros, ou seja, mais 1,9% do que no ano anterior.
Por fim, na Colômbia, as vendas da Ara atingiram 2,9 mil milhões de euros, ficando 17% acima de 2023.
A Jerónimo Martins fechou 2024 com um parque composto por mais de 6.000 lojas, incluindo 3.730 Biedronka. Já em Portugal tinha 489 supermercados Pingo Doce e 43 Recheio.
Para este ano, Pedro Soares dos Santos continua a ver incertezas: "Neste arranque de 2025, face a um ambiente que permanecerá turbulento e incerto, pelo menos na primeira metade do ano, prevemos que o comportamento do consumidor continue a pautar-se por prudência e contenção, e que a dinâmica concorrencial dos mercados se mantenha sob elevada pressão. Estamos, por isso, preparados para prosseguir o nosso trabalho com disciplina e eficiência, no sentido de garantir a competitividade de preço que fortalece as nossas posições de mercado, e de nunca desapontar os clientes que escolhem as nossas lojas e confiam nas nossas propostas de valor".