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Lucros da Jerónimo Martins cresceram 27,5% em 2022 para 590 milhões

Dona do Pingo Doce anunciou resultados líquidos de 590 milhões de euros em 2022, ano que o grupo assinala ter ficado marcado por "uma subida generalizada de preços que pressionou o poder de compra das famílias" nos três países onde opera.

O comércio alimentar nunca ficou confinado. Foi dos poucos que continuou sempre operacional. O que resultou na ascensão ao terceiro lugar do pódio das importações do Pingo Doce, que, em 2019, se encontrava na quinta posição.
22 de Março de 2023 às 19:10
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A Jerónimo Martins fechou o ano passado com lucros líquidos de 590 milhões de euros, valor que traduz um aumento de 27,5% face a 2021, anunciou, esta quarta-feira, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.

Em comunicado, enviado esta quarta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce destaca que as vendas cresceram 21,5% para 25,4 mil milhões de euros, num ano "marcado pela guerra na Ucrânia em que se assistiu a uma subida generalizada de preços que pressionou o poder de compra das famílias e levou a uma acentuada queda da confiança dos consumidores nos três países" onde opera. Se na Polónia, "o mercado alimentar mostrou uma certa resiliência", já "em Portugal e na Colômbia a inflação teve impactos mais imediatos sobre o consumo", detalha.

Além da escalada da inflação alimentar, a Jerónimo Martins assinala que a crise energética também afetou os mercados em que opera resultando "no aumento da pressão sentida sobre as margens".

O aumento do investimento em preço e o impacto da inflação nos custos está refletido na margem EBITDA que recuou 0,3 pontos percentuais para 7,3%, aponta o grupo, realçando que "o forte desempenho das vendas, resultante do foco na competitividade e na proteção dos volumes esteve, no entanto, na base do sólido crescimento, em valor, do EBIDTDA" (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) que atingiu 1,9 mil milhões de euros, subindo 17% face a 2021.

Olhando ao desempenho por insígnias, a maior contribuição advém da polaca Biedronka que, contas feitas em euros, viu as vendas atingirem 17,6 mil milhões, um, valor 20,9% acima do registado em 2021, o o equivalente a sensivelmente 70% dos 25,4 mil milhões de euros de receitas faturados na totalidade pelo grupo. A Jerónimo Martins realça o "desempenho notável" da marca da joaninha que contava com 3.395 lojas (mais 145 do que no ano anterior) e um novo centro de distribuição.

A também polaca Hebe viu igualmente a faturação engordar, com as vendas comparáveis (Like-for-like) em euros das 315 lojas a subirem 28,7% para 358 milhões de euros.

Já em Portugal, onde "a pressão da subida generalizada dos preços impactou de imediato o rendimento disponível das famílias, levando à retração do consumo alimentar, com consequente queda dos volumes, e a uma tendência de 'trade down', que se intensificou ao longo do ano" teve como contrapeso "o sólido desempenho do canal HoReCa (hotéis, cafés e restaurantes)" propiciado pela "forte recuperação do turismo", o Pingo Doce viu as vendas aumentarem 11,2% para 4,5 mil milhões de euros em 2022. A mesma tendência registou-se no Recheio, com o Cash & Carry a fechar o ano com uma subida das vendas de 27,7% para 1,2 mil milhões de euros. 

No comunicado enviado à CMVM, a Jerónimo Martins detalha que o EBITDA da Distribuição Portugal cifrou-se em 323 milhões de euros, 12,6% acima do ano
anterior, com a margem a situar-se nos 5,7% (5,8% em 2021). No caso do Pingo Doce, a margem EBITDA foi de 5,9% (contra 6,0% em 2021), com "o desempenho das vendas a mitigar os efeitos do investimento em preço, do 'trade down' no 'mix' de margem e da inflação nos custos", enquanto no Recheio subiu de 4,7% em 2021 para 5,1% em 2022, espelhando uma "recuperação face aos impactos da pandemia registados nos dois anos anteriores".

Por fim, na Colômbia, a insígnia Ara, com 1.093 lojas no país, "entregou um forte crescimento" de 60,5% nas vendas (em euros).




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