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Jerónimo Martins vai investir mil milhões de euros no Pingo Doce nos próximos três anos

O presidente do conselho de administração da dona do Pingo Doce garante que vai continuar a investir em Portugal e manter a sede em LIsboa. Grupo mantém Roménia na estratégia de expansão, mas Eslováquia pode ser o mercado que se segue.

Manuel de Almeida / Lusa
23 de Março de 2023 às 14:25
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Numa altura em que os acionistas da Jerónimo Martins se interrogam, mais do que nunca, sobre as razões por detrás da aposta em Portugal, considerando que vale menos de 20% no cômputo do grupo, o presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, anuncia que vai investir mil milhões de euros no Pingo Doce nos próximos três anos.

"Somos cada vez mais questionados pelos nossos investidores sobre as razões pelas quais investimos [em Portugal], porque não há crescimento económico e estamos num país consumido pelo envelhecimento da sua população e cada vez mais pobre e isto marca muito os investimentos do futuro, pelo que aqui temos de ter uma razão muito mais económica para nos mantermos em Portugal", afirmou, esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2022.

Não obstante, Pedro Soares dos Santos deixou claro que "a sede da Jerónimo Martins vai continuar em Lisboa, vai continuar a ser uma companhia polaca com sede em Portugal e que não há razão nenhuma para mudança". "O nosso coração está ligado a Portugal e acreditamos que ainda temos propostas de valor. Enquanto acreditarmos nisso iremos continuar a investir. Mesmo sendo muito duvidoso para muita gente, no fim do dia, espero ter razão", disse.

"Somos fanáticos do investimento", acrescentou, revelando que nos próximos três anos vai investir mil milhões de euros no Pingo Doce.

"Só é possível investir porque estamos em três países, sendo que a Polónia e a Colômbia valem mais de 80% da Jerónimo", realçou, deixando um lembrete: "Gostava de relembrar que 49% do Pingo Doce pertende a uma empresa holandesa. Temos 51%, só mais 2% do que eles e, muitas vezes, as pessoas esquecem-se deste pequeno pormenor".

A Jerónimo Martins fechou 2022 com lucros de 590 milhões de euros e só para este ano prevê investir quase o dobro, já que o CAPEX previsto é de mil milhões de euros. "Sem lucro não há investimento", sublinharam os dirigentes do grupo, indicando que esse valor não inclui potenciais aquisições que venham a ser feitas.

Nos próximos cinco anos o plano é investir 2,5 mil milhões de euros na Polónia (onde tem as insígnias Biedronka e Hebe)  e mil milhões na Colômbia (onde tem a Ara). Além disso, revelou Pedro Soares dos Santos, o grupo vai investir, "todos os anos, 150 milhões de euros na agroindústria", sem indicar onde ou em quem.

Sem desistir da Roménia, Jerónimo Martins pisca olho à Eslováquia

Sobre a estratégia de expansão do grupo a outros mercados além da Polónia, Colômbia e Portugal, o grupo indicou conta de que não desistiu da Roménia, que está na mira há vários anos, mas deu pistas de que a Eslováquia pode ser o mercado que se segue. "Temos muitos consumidores que passam a fronteira, para a Polónia, para comprar nas nossas lojas. Temos objetivos concretos e ideias bem desenvolvidas para ser uma realidade. Estamos preparados para agarrar a oportunidade em tempo curto", adiantou o CEO da Biedronka, a insígnia na Polónia e a maior do grupo, Luís Araújo.
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