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Lucros da Jerónimo Martins caem 21,2% para 440 milhões até setembro

Dona do Pingo Doce diz que as margens operacionais foram pressionadas pela combinação da deflação com a significativa inflação de custos. Vendas cresceram 10,3% entre janeiro e setembro para 24,8 mil milhões de euros.

Miguel Baltazar
30 de Outubro de 2024 às 17:29
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A Jerónimo Martins fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 440 milhões de euros, o que representa uma quebra de 21,2% face ao período homólogo do ano passado.

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo, liderado por Pedro Soares dos Santos, indica que as vendas cresceram 10,3% entre janeiro e setembro para 24,8 mil milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) consolidado subiu 2,7% (-2,9% a taxas de câmbio constantes), refletindo a pressão, sobre a alavancagem operacional, da deflação nos cabazes e o investimento em preço, explica, indicando que a respetiva margem reduziu-se em 49 pontos base face aos nove meses do ano passado.

Já olhando apenas para o terceiro trimestre, as vendas da Jerónimo Martins aumentaram 6,7% para 8,47 mil milhões de euros, enquanto os lucros alcançaram 188 milhões de euros entre julho e setembro, traduzindo uma descida de 7,1% face ao período homólogo do ano passado, mas excederam a estimativa média dos analistas (166 millhões de euros).

"Como antecipado, neste período, as margens operacionais do grupo foram pressionadas pela combinação da deflação registada nos nossos cabazes com a significativa inflação de custos, principalmente ao nível dos salários em cada país", refere a dona do Pingo Doce, referindo-se ao cômputo dos nove meses.

Na Polónia, onde vai buscar a principal fonte de receitas, a Jerónimo Martins indica que, "apesar da substancial subida do salário mínimo no país, os volumes no mercado de retalho alimentar têm-se mantido em território negativo" e que a "persistente falta de dinâmica do consumo" tem criado "um contexto concorrencial de uma intensidade sem precedentes e no qual o preço reforçou o seu papel enquanto o fator decisivo de compra".

As vendas da Biedronka aumentaram 10,4% para 17,5 mil milhões, com a marca da "joaninha" a representar 70,5% da faturação, mas a Jerónimo Martins assinala que "o ajuste dos preços alimentares, depois de dois anos de forte subida, levou a que a operasse com significativa deflação no cabaz em todos os trimestres".

Já as vendas da Hebe atingiram 422 milhões de euros, ficando 28,3% acima do apurado nos primeiros nove meses do ano passado.

Em Portugal, o Pingo Doce cresceu vendas em 4,7% para 3,7 mil milhões de euros, com a Jerónimo Martins a sinalizar o registo de "um sólido crescimento dos volumes". Já a cadeia de "cash & carry" Recheio faturou mil milhões de euros até setembro, após uma subida homóloga de 1,8%, com o desempenho do canal HoReCa "continuou a refletir alguma fragilidade do consumo interno no 'out-of-home'".

Já na Colômbia, onde a insígnia Ara incrementou as vendas em 21,5% para 2,1 mil milhões, a Jerónimo Martins salienta que "a pressão sobre as famílias continua elevada em resultado do impacto, sobre o rendimento real, dos aumentos de preço dos bens alimentares registados nos últimos anos".

(Notícia atualizada para incluir resultados isolados do terceiro trimestre)

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