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Fosun abandona compra de seguradora israelita Phoenix

O grupo chinês detentor da Fidelidade e da Luz Saúde desistiu da corrida à seguradora Phoenix Holdings. A ditar o recuo do negócio de 413 milhões de euros esteve a volatilidade dos mercados e, avança a imprensa, a desconfiança do regulador israelita.

Reuters
17 de Fevereiro de 2016 às 11:59
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A Fosun International abandonou a compra da companhia de seguros israelita Phoenix Holdings, noticia o Financial Times. O grupo justifica a decisão com a volatilidade dos mercados, mas fontes próximas do processo adiantam que o negócio foi travado porque o regulador israelita exigia garantias de que o presidente Guo Guangchang – que foi detido em Dezembro – não está sob investigação das autoridades chinesas.

A Fosun informou em comunicado para a bolsa de Hong Kong esta quarta-feira que abandonou o negócio de compra anunciado em Junho do ano passado de uma quota maioritária da seguradora israelita Phoenix Holdings. O negócio ascendia a 1,2 mil milhões de shekels (413 milhões de euros).

Segundo o Financial Times, o grupo chinês emitiu um comunicado separado em que relaciona o cancelamento da compra com a volatilidade dos mercados.

Já a imprensa israelita, citada pelo jornal, avança que Guo Guangchang estava a ter dificuldades em conseguir que a compra da Phoenix avançasse uma vez que o regulador exigia uma confirmação oficial de que o presidente da Fosun não estava a ser investigado pelas autoridades chinesas, isto depois de Guangchang ter sido detido em Dezembro. A Fosun não confirmou se a compra da Phoenix caiu face à resistência dos reguladores.

As duas partes concordaram em terminar o negócio sem custos de cancelamento, informaram as empresas em comunicados separados.

Guo Guangchang, fundador e líder da Fosun, começou por estar incontactável por várias horas a 10 de Dezembro. As acções da empresa foram suspensas entretanto, tendo voltado a negociar depois de a empresa confirmar, a 11 de Dezembro, que o presidente estava detido no âmbito de investigações judiciais. Dois dias depois, o CEO da Fosun, Liang Xinjun, informou que "Guo Guangchang está a colaborar com as autoridades judiciais e a investigação não está relacionada com a empresa". A 14 de Dezembro, o presidente do grupo voltou a aparecer em público para participar na reunião anual da empresa, onde anunciou que o futuro do grupo será mais centrado na China.

Na altura da detenção não foram adiantados pormenores sobre a investigação em causa, mas em Agosto foi notícia o facto de a Fosun e o seu presidente estarem envolvidos num caso de favorecimento que pode configurar corrupção. Em causa estava a venda a preços inferiores aos praticados no mercado de imóveis ao presidente de uma empresa estatal chinesa. A Fosun justificou entretanto isto com descontos feitos numa época difícil para o imobiliário.

Agora, o Financial Times escreve que Guo Guangchang colaborou com as autoridades no âmbito de uma investigação a Ai Baojun, ex-preside de câmara de Xangai, citando fontes próximas do grupo que este lidera. Ai Baojun foi entretanto expulso do Partido Comunista Chinês e afastado do cargo em Janeiro deste ano.

A Fosun detém em Portugal a seguradora Fidelidade a Luz Saúde, além de uma participação de 5,3% na REN (Redes Energéticas Nacionais). O grupo chinês esteve também na corrida ao Novo Banco, cujas negociações foram suspensas pelo Banco de Portugal.

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