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Fosun desacelera ritmo de compras
Na mesma altura em que se dá conta que as negociações para a compra do Novo Banco deverão ser mal-sucedidas, o presidente do grupo chinês anuncia que começou a pôr o pé no travão no que diz respeito às aquisições.
A Fosun está a desacelerar o ritmo das suas compras, segundo o seu presidente. Um anúncio feito na mesma altura em que se deverá conhecer o resultado das conversações entre o grupo chinês e o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco.
"Ainda estamos a olhar para novas oportunidades de investimento mas a nossa principal tarefa é, neste momento, centrarmo-nos naquilo que já temos", disse Guo Guangchang em entrevista à Bloomberg este domingo, 13 de Setembro.
A desaceleração no ritmo de aquisições deverá sentir-se nos próximos dois anos. De acordo com dados compilados pela agência Bloomberg, a Fosun fez dez aquisições no valor conjunto de 6,4 mil milhões de dólares nos 12 meses terminados em Julho passado.
Significa isso que o grupo chinês não tem sido cauteloso? "Nós temos sido sempre prudentes", afirmou, na entrevista, o líder do grupo chinês que, em Portugal, detém a Fidelidade e a Luz Saúde.
O grupo vai avançar com um aumento de capital de 11,7 mil milhões de dólares de Hong Kong com o intuito de financiar novas compras mas também de reembolsar dívida, de forma a optimizar a sua estrutura.
A Fosun foi o segundo grupo seleccionado para negociar com o Banco de Portugal a aquisição do Novo Banco, a instituição financeira criada na sequência da resolução aplicada ao Banco Espírito Santo. Contudo, a diferença de opinião quanto ao preço a pagar (tendo em conta contingências futuras, como o aumento de capital que terá de ser feito na sequência dos testes de stress de Novembro) levou a um impasse nas negociações. O regulador deverá anunciar esta semana o resultado das negociações com a Fosun e o que irá fazer em seguida: negociar com a Apollo ou lançar um novo concurso.
Na carteira do grupo chinês encontram-se, além da Fidelidade e da Luz Saúde, entidades estrangeiras como o Club Méditerranée (Club Med), da área do turismo, ou o Palazzo Broggi onde estava sediado o banco italiano UniCredit, em Milão.
(Notícia actualizada com mais informações pelas 12h07)