Os três antigos administradores da Afinsa conheceram finalmente o culminar do processo judicial relativo à polémica burla dos selos que eclodiu em 2006. O Cinco Días escreve que um tribunal de Madrid condenou Juan Antonio Cano Cuevas, Carlos de Figueiredo e Vicente Martín Peña a 15 anos de inabilitação de administração de bens.

Os ex-administradores daquela que chegou a ser a terceira maior empresa mundial de activos não financeiros foram considerados culpados pelo buraco de 1,825 mil milhões de euros no processo que ficou conhecido como a burla dos selos.

O tribunal madrileno proíbe estes antigos executivos de exercer ou manter qualquer tipo de intervenção administrativa ou económica em empresas de retalho ou indústrias durante 15 anos.

Os três homens agora considerados culpados ficam também obrigados a devolver todos os bens e direitos que tenham assegurado para o património deles próprios de forma indevida, ou seja, na decorrência da burla que assentava num esquema de Ponzi.

Terão ainda de pagar aos credores concorrentes a diferença entre o montante que vier a ser gerado com a venda de activos e os créditos remanescentes resultantes de uma burla que terá atingido os 1,1 mil milhões de euros. Cada um dos três terá uma responsabilidade patrimonial equitativa de 33,333%.

O Cinco Días revela ainda que o fundador da empresa, o português Albertino de Figueiredo, foi absolvido por ter sido considerado que não participara da administração da Afinsa nos dois anos anteriores ao rebentar do caso da burla dos selos.