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EGEO alia-se ao fundo Antin para tentar comprar e internacionalizar a EGF

A empresa portuguesa aliou-se a um fundo de infra-estruturas com mais de mil milhões de euros sob gestão, garantindo diálogo com os municípios accionistas das subsidiárias da EGF e capital para fazer crescer a empresa.

Bruno Simão/Negócios
19 de Maio de 2014 às 15:27
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"A EGF é uma empresa que pode ser internacionalizada". A garantia é dada por Filipe Serzedelo, o presidente executivo (CEO) da EGEO, companhia especializada na gestão de resíduos que esta segunda-feira, 19 de Maio, apresentou um agrupamento com o fundo Antin Infrastructure Partners para concorrer à privatização da EGF.

 

A EGEO e a Antin irão entregar esta terça-feira a sua proposta indicativa para a compra da empresa de resíduos do grupo Águas de Portugal, num concurso que já captou o interesse de outros grupos, como a Mota-Engil e as brasileiras Odebrecht e Solvi.

 

Mas a EGEO não está apenas interessada em internacionalizar a EGF, caso vença a privatização. A empresa portuguesa garante estar empenhada em continuar a cooperar com os municípios, que têm sido especialmente cépticos quanto aos benefícios da privatização da EGF, empresa de cujas participadas são accionistas minoritários e clientes.

 

Num encontro com a imprensa, Filipe Serzedelo assegurou que o agrupamento EGEO Antin apresenta "uma proposta de verdadeira comunicação e bom senso com os municípios". A promessa é de diálogo com as autarquias. "Nós vamos fazer tudo para que isso aconteça sempre", destacou o gestor.

 

Temos o capital disponível [para comprar as posições dos municípios], mas gostaríamos que eles ficassem.
 
Bernardo Sottomayor,
Sócio da Antin Infrastructure Partners

 

A EGEO é uma empresa com experiência na gestão de resíduos em Portugal, que já foi controlada pela francesa Veolia e é hoje detida por quatro grupos familiares: Oliveira (da têxtil Riopele), Masaveu (accionista da EDP), Almeida Freitas e Estrela.

 

Já a Antin Infrastructure Partners gere um fundo com activos de mais de mil milhões de euros, que vão deste a actividade portuária a terminais petrolíferos, passando por centrais solares, entre outros negócios. Em Portugal a Antin ainda não tem qualquer activo.

 

Bernardo Sottomayor, sócio português da Antin, considera que o facto de a parceria com a EGEO estar totalmente focada no negócio da EGF, sem outras actividades além da gestão de resíduos, será um ponto a favor no concurso da privatização. "O nosso interesse começa e acaba na EGF", declara Bernardo Sottomayor.

 

O responsável português do fundo garante ainda que a Antin e a EGEO estão preparadas para qualquer que seja a posição dos municípios sobre a possibilidade de venderem as suas participações nas 11 subsidiárias da EGF ou permanecerem como accionistas. "Temos o capital disponível [para comprar as posições dos municípios], mas gostaríamos que eles ficassem", afirma Bernardo Sottomayor.

 

A Antin e a EGEO não se mostram preocupadas com a concorrência que irão enfrentar na privatização da EGF, onde se incluem grupos do porte da Mota-Engil e da Odebrecht. "Eles que façam as propostas deles e nós vamos fazer a nossa", comenta Filipe Serzedelo. "O que é importante para nós é saber que temos uma proposta que faz sentido para este sector", acrescenta Bernardo Sottomayor.

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