Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

"Chief listening officer"? Empresas inventam para mimar talentos

Estudo anual da Deloitte mostra a preocupação dos gestores com a falta de envolvimento dos funcionários e metade do mundo empresarial a atravessar processos de reestruturação.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Março de 2016 às 19:02
  • 1
  • ...

"Chief experience officer" ou "chief listening officer" são dois dos novos cargos que as empresas estão a criar nos departamentos de Recursos Humanos (RH) para melhorar a experiência dos seus funcionários e reter ou atrair os melhores talentos do mercado. "O equilíbrio de poder continua a pender para o lado dos empregados", diagnostica a Deloitte no "Global Human Capital Trends 2016".

 

Essa preocupação com a força de trabalho que compõe as empresas é expressa neste estudo em percentagens: 86% dos mais de sete mil líderes empresariais e de RH inquiridos num total de 130 países sublinharam a importância dos desafios ligados à cultura corporativa e 85% deram a mesma classificação relevante ao envolvimento com os seus profissionais.

 

Condições de trabalho flexíveis – incluindo um maior peso do regime de "part-time" –, evolução rápida na carreira e maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal são algumas das exigências dos profissionais que estão a "transformar radicalmente a relação entre empregado e empregador", nas conclusões da própria consultora.

 

 

"As equipas de RH estão a aprender a experimentar novas ideias; estão a dar passos muito importantes para actualizarem as suas competências; e estão a receber uma nova geração de profissionais mais jovens, com mais conhecimentos sobre o mundo dos negócios e mais orientados para as tecnologias", resumiu Jason Geller, director da Deloitte Consulting LLP e responsável pela área de capital humano nos EUA, citado num comunicado da consultora.

 

Uma dessas novas disciplinas é o chamado "Design Thinking", centrado no trabalhador e ligado ao seu desenvolvimento, que quatro em cada cinco líderes empresariais colocam como prioridade na edição deste ano. "As empresas estão a estudar o comportamento dos seus profissionais para melhor conseguirem desenvolver intervenções, aplicações e ferramentas realmente intuitivas e fáceis de usar, que reduzam os níveis de stress e promovam o aumento da produtividade", lê-se no estudo da Deloitte.

 

Défice de produção de líderes

 

Outro dos desafios para os gestores prende-se a produção de líderes, que o estudo aponta que não está a ser "suficientemente rápida" devido à desadequação do tradicional modelo piramidal de liderança. Os executivos de topo mostram-se preocupados com essa impreparação e mais de metade (56%) admite mesmo que os negócios que gerem – e onde a geração nascida na era da Internet ganha cada vez mais peso – não estão a conseguir responder às necessidades de liderança.

 

São estas alterações demográficas na força de trabalho, aliadas à rápida inovação e também às tecnologias digitais que levam 92% dos líderes empresariais a dramatizar o redesenho da sua organização, sobretudo para conferir mais agilidade. Como reflexo prático dessa preocupação, as empresas de quase metade dos inquiridos estão a planear ou mesmo já a meio de um processo de reestruturação que visam uma menor rigidez hierárquica e funcional.

Ver comentários
Saber mais Recursos Humanos Deloitte estudo liderança gestão reestruturação tendências
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio