A exposição da PT à Rioforte de 900 milhões de euros foi descoberta há cerca de duas semanas, numa altura em que se sabe que há problemas financeiros associados ao grupo não financeiro da família Espírito Santo. A PT colocou 900 milhões de euros numa única aplicação de tesouraria, de curto prazo, e de um dos seus principais accionistas.

No seguimento desta descoberta os dois administradores não executivos ligados à Oi - Otávio Azevedo e Fernando Portella - demitiram-se do conselho de administração da Portugal Telecom, tendo afirmado aos jornais brasileiros que sentiam "desconforto" em relação a esta aplicação da Portugal Telecom que não passou pelo conselho de administração.

Tal como o Negócios avançou a Portugal Telecom considerou que não era tema para o conselho de administração da "holding", não tendo considerado um tema de transacções com partes relacionadas. 

Depois da demissão por parte dos administradores da Oi na PT, a própria Oi - que já integra os activos da PT - fez um comunicado no qual disse ter sido apanhada de surpresa, informando que "já solicitou esclarecimentos adicionais à Portugal Telecom".  

Já o regulador do mercado de comunicações no Brasil considerou necessário pedir mais informações sobre estas operações e determinou que o órgão que avalia a concorrência no sector – a Superintendência de Competição – recolha mais dados de forma a avaliar qual o nível de informação dos accionistas.

"Como se trata de uma operação anterior à fusão entre a Oi e a PT, imagine-se que os relatórios trocados entre as companhias deveriam conter essa informação antes do fecho do negócio", afirmou fonte da Anatel ao jornal "Estadão".