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Pressão da Oi afunda acções da PT para mínimo de 1995

Zeinal Bava pediu esclarecimentos a Henrique Granadeiro. A Oi quer uma clarificação do empréstimo que a PT adquiriu ao Grupo Espírito Santo, o que intensifica os receios de que possam ter de ser revistos alguns aspectos da fusão. As acções da PT caem pelo quinto dia. Recuaram 7%.

Pedro Elias/Negócios
03 de Julho de 2014 às 16:46
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O pedido de informações da Oi à Portugal Telecom, no âmbito da aplicação de 897 milhões de euros no Grupo Espírito Santo sem autorização do conselho de administração, conduziu a mais uma queda do valor da operadora portuguesa. E, mais uma vez, expressiva.

 

As acções da empresa presidida por Henrique Granadeiro deslizaram 7,29% para os 2,29 euros. Durante o dia, chegaram a tocar nos 2,28 euros. É necessário recuar até 29 de Dezembro de 1995 para encontrar uma cotação tão reduzida. Há 18 anos e meio que a PT não valia tão pouco. O valor de mercado da empresa é, ao preço de fecho de hoje, 2.053 milhões de euros.

 

O comportamento da PT não foi negativo durante toda a sessão. Esta manhã, as acções estiveram a oscilar entre ganhos e perdas. Até estiveram a ganhar mais de 1%. Contudo, pelas 15h30, as acções começaram a cair. A um ritmo mais intenso à medida que se aproximava o fecho dos mercados. Até À queda de 7%.

 

Não foi divulgada nenhuma informação relevante nesse período, apesar da intensificação das quebras da PT. Este movimento ocorre no dia em que a brasileira Oi emitiu um comunicado a dar conta de que "tomará as medidas necessárias à defesa de seus interesses" no caso do financiamento que a empresa portuguesa cedeu à Rioforte, sociedade do Grupo Espírito Santo, grupo que se encontra em fortes dificuldades financeiras. A Oi, liderada por Zeinal Bava e que se deverá fundir com a PT até ao final do ano, frisou que "não foi informada nem participou das decisões" em torno deste tema.

 

O documento foi publicado numa altura em que se noticia que o memorando da fusão entre a PT e a Oi pode ser revisto devido a este investimento de tesouraria. Algo que já foi falado, também, pelos analistas mas que, segundo os quais, não deverá colocar a operação em causa.

 

A tensão entre PT e Oi teve início esta terça-feira, depois de dois representantes da empresa brasileira no conselho de administração da empresa nacional se terem demitido por se sentirem "desconfortáveis" com a aplicação de tesouraria da Portugal Telecom. Essa aplicação foi feita no grupo que é o principal accionista do BES, também ele o maior accionista da operadora portuguesa. A decisão de investimento foi tomada na comissão executiva mas não chegou ao conselho de administração, onde tinham assento os representantes da Oi.

 

30 milhões de acções trocaram de mãos na sessão de hoje

 

Estes receios têm feito com que haja uma pressão vendedora das acções, que perdem terreno há cinco sessões consecutivas. Antes de ser conhecida esta aplicação no GES, as acções da PT negociavam nos 2,89 euros. Desde aí só recuam. Hoje, caíram aos 2,29 euros. Uma desvalorização de 21% neste período.

 

Os títulos da companhia nacional têm deslizado em sessões em que tem havido mais transacções do que o habitual. Foram trocadas 30 milhões de acções durante a sessão de hoje. Um valor que está em linha com as últimas sessões, em que foram sempre transaccionados mais de 12 milhões de títulos em cada uma. A média diária dos últimos seis meses fixa-se em pouco mais de 7 milhões de acções.

 

(Notícia actualizada às 17h10)

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