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Bruno de Carvalho: "Não nos vamos demitir"
O presidente do clube leonino declarou que o Sporting está a ser alvo de uma "campanha interna e externa, sem precedentes", considerando que os interesses do clube ficam mais mais bem defendidos se a sua direcção continuar em funções.
O Sporting viveu esta quinta-feira um dia atribulado, marcado por demissões, renúncias e pela retirada de confiança na direcção liderada por Bruno de Carvalho por parte da Holdimo, segundo maior accionista da SAD.
Esta noite, em declaração pública, o presidente do Sporting, rodeado de elementos do conselho directivo, do conselho fiscal e da administração da SAD, disse: "não nos vamos demitir".
Bruno de Carvalho sublinhou ainda que está pedida uma assembleia geral extraordinária para ouvir os sócios do clube.
O presidente do clube leonino disse, citado pela Lusa, que o Sporting está a ser alvo de uma "campanha interna e externa, sem precedentes". No seu entender, trata-se de um "golpe manobrado desde fora, em conluio com actuais dirigentes dos órgãos sociais do Sporting".
Lembrou ainda que a equipa de futebol diputa a final da Taça de Portuga no domingo e que a SAD vai lançar um empréstimo obrigacionista nos próximos dias.
A crise no clube agravou-se após a derrota, no domingo, no terreno do Marítimo, na derradeira jornada da Liga Nos. O desaire custou ao Sporting o segundo lugar, que dava acesso ao play-off de qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões e que podia representar mais de 20 milhões de euros de receitas.
Na terça-feira, um grupo de cerca de meia centena de alegados adeptos encapuzados atacaram a equipa de futebol na Academia Sporting, em Alcochete, agredindo vários jogadores e elementos da equipa técnica. O ataque foi condenado de forma generalizada, nomeadamente pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
Perante as críticas, o presidente do Sporting e da SAD, Bruno de Carvalho, rejeitou na quinta-feira de manhã qualquer responsabilidade pelo ataque em Alcochete e indicou que iria processar Ferro Rodrigues, comentadores e jornalistas por o terem "difamado e caluniado".
As tensões internas aumentaram esta quinta-feira e a mesa da assembleia-geral do clube demitiu-se em bloco, segundo anunciou o seu presidente, Jaime Marta Soares. Adicionalmente, vários membros do conselho fiscal e disciplinar também renunciaram aos cargos. Alguns elementos do conselho directivo também abandonaram os cargos. Adeptos sportinguistas como Eduardo Barroso, antigo presidente da mesa da assembleia-geral do clube, veio a público considerar que o actual presidente "não tem condições" para continuar a liderar os destinos do Sporting, mas apelou aos sócios para que deixem Bruno de Carvalho reflectir e chegar a essa conclusão por si.
A reacção mais dura e com maior impacto na SAD chegou ao final da tarde. Em declarações ao Jornal Económico, o empresário angolano, Álvaro Sobrinho, líder da Holdimo, segundo maior accionista da SAD com 29,85%, teceu duras críticas à cúpula da sociedade desportiva, em particular a Bruno de Carvalho. "A direcção da Sporting SAD não merece a confiança do segundo maior accionista e deve apresentar a demissão", disse Sobrinho, acrescentando que "as empresas têm de ser geridas profissionalmente e não por emoção". O empresário aponta o dedo a Bruno de Carvalho, considerando que as suas atitudes causaram "imensos problemas e danos reputacionais" à SAD. Até ao fecho da edição, Bruno de Carvalho não tinha reagido aos vários pedidos de demissão.
As acções da Sporting SAD foram fortemente castigadas, tendo sofrido uma queda de 17,11%, para um valor de 63 cêntimos.
e deve apresentar a demissão. álvaro sobrinho
Presidente da Holdimo, ao Jornal Económico