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Ricciardi alerta para perigos se Bruno de Carvalho não sair do Sporting

"Quando as pessoas estão em negação, estão em negação", disse à agência Lusa José Maria Ricciardi, que na quarta-feira tinha defendido a demissão da administração da SAD e da direcção do Sporting como fundamentais para ultrapassar a actual situação.

Simon Dawson/Bloomberg
18 de Maio de 2018 às 13:07
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José Maria Ricciardi, ex-membro do Conselho Leonino e sócio do Sporting, disse hoje que a decisão anunciada na quinta-feira pelo presidente Bruno de Carvalho de não se demitir não o surpreendeu e alerta para situação perigosa.

 

"Quando as pessoas estão em negação, estão em negação", disse à agência Lusa José Maria Ricciardi, que na quarta-feira tinha defendido a demissão da administração da SAD e da direcção do Sporting como fundamentais para ultrapassar a actual situação.

 

José Maria Ricciardi demitiu-se no início de Abril em rota de colisão com o presidente Bruno de Carvalho e depois de um período inicial em que se remeteu ao silêncio decidiu intervir por entender que a actual situação pode provocar problemas muito sérios do ponto de vista patrimonial para o clube.

 

"Isso [a não demissão de Bruno de Carvalho] já eu sabia. Apelei foi aos outros membros do conselho directivo para se demitirem, porque quanto mais tempo passar, mais os riscos graves patrimoniais e económicos irão aumentar", adiantou.

 

José Maria Ricciardi considera que, face à recusa de Bruno de Carvalho de se demitir, agora caberá aos sócios do Sporting decidirem.

 

"O 'timing' que é necessário para os sócios poderem decidir não é assim tão curto como isso. Acho que a situação é muito perigosa. Oxalá me engane", disse Ricciardi, acrescentando que mais importante do que esta ou outra direcção é que "o Sporting não desapareça".

 

A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.

 

Na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, que vai disputar com o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia Sporting, em Alcochete, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores.

 

A GNR deteve 23 dos atacantes e as reacções de condenação do ataque foram generalizadas e abrangeram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.

 

Face às críticas, Bruno de Carvalho negou na quinta-feira qualquer responsabilidade pelo ataque na academia, rejeitou demitir-se da presidência do Sporting, e anunciou que vai processar Ferro Rodrigues, bem como comentadores e jornalistas por o terem "difamado e caluniado" após os atos de violência em Alcochete.

 

Entretanto, a Mesa da Assembleia-Geral demitiu-se em bloco, vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar renunciaram aos cargos e parte do Conselho Directivo também renunciou.

 

Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve quatro pessoas ligadas ao Sporting na quarta-feira, incluindo o director desportivo do futebol, André Geraldes, na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol e de futebol.

 

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