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Gestores querem excluir SDC da Bolsa de Lisboa

Mesmo que não consiga alcançar o mínimo necessário para retirar a antiga Soares da Costa de bolsa, a Investéder quer retirá-la do mercado. Será inviável remunerar os accionistas, diz a empresa de Castro Henriques.

Bruno Simão/Negócios
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A SDC deve sair de bolsa. Esta é a ideia da Investéder, a empresa de António Castro Henriques e Pedro Gonçalo Santos, que lançou uma oferta pública de aquisição sobre a accionista da Soares da Costa. Mesmo que não cumpra os requisitos legais para promover essa retirada após a OPA, a sociedade oferente acredita ter argumentos para que a saída venha mesmo a ocorrer.

 

Na oferta que se inicia na próxima segunda-feira, 15 de Maio, e que se estende até 2 de Junho, a Investéder, que é detida pelos actuais gestores da SDC Investimentos, admite que conseguindo obter 90% dos direitos de voto da empresa e os 90% do capital sob oferta irá promover o mecanismo de aquisição potestativa, ou seja, a compra obrigatória aos accionistas que não venderam na OPA.

 

Se tal mecanismo for usado, a lei obriga à imediata exclusão da negociação daquelas acções em bolsa. Contudo, a Investéder defende que, mesmo tal não acontecendo, a SDC Investimentos deve sair de bolsa.

 

"A oferente tem o entendimento de que, mesmo que os limiares acima referidos não sejam atingidos e que, portanto, não seja possível nesse contexto recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa aí previsto, a situação da sociedade visada continuará a aconselhar que seja seriamente ponderada a exclusão de negociação das acções no mercado regulamentado Euronext Lisbon", assinala o prospecto da OPA sobre a empresa.

 

Os argumentos da Investéder

 

A Investéder avança com vários argumentos para defender a retirada de bolsa: "Nesse sentido depõem, entre outros, a reduzida dimensão do respectivo activo após verificação das condições de lançamento da oferta, o baixo volume da sua actividade, a elevada dimensão do seu passivo e a inviabilidade de, em horizonte temporal razoável, permitir a remuneração, por qualquer forma, do investimento dos accionistas". Desde 2011 que a SDC não paga dividendos e foram alienadas as participações em concessões rodoviárias para que a OPA pudesse ser lançada. 

 

A empresa detida pelos actuais gestores da SDC Investimentos não tem qualquer acção da SDC Investimentos, cujo principal activo é a participação de 33,33% na Soares da Costa Construção. Para que consiga recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa, a Investéder precisa de adquirir pelo menos 144 milhões de acções do total de 160 milhões. Para que a OPA seja eficaz, isto é, para que se concretize, é necessário conseguir mais de 80 milhões, já que é condição de eficácia alcançar mais de 50% do capital e dos direitos de voto da empresa.

 

Neste momento, a SDC Investimentos tem como principal accionista a Manuel Fino SGPS, do empresário com o mesmo nome, com 58,85% do capital. Os restantes 41,15% estão dispersas em bolsa por outros investidores. Assim, se Manuel Fino vender, a OPA tem sucesso. A administração, cujo presidente é Manuel Alves Monteiro e que conta com José Fino (nomeado pela Investifino, de Manuel Fino) mostrou-se favorável à oferta lançada pelos dois membros do conselho e que lideram a Investéder.

 

Em reacção ao registo da OPA, que ocorreu ontem à noite, a SDC Investimentos está hoje a subir em bolsa, com os títulos a negociarem nos 2,6 cêntimos, subindo 24% em relação à sessão anterior. Durante o dia, já chegaram aos 2,7 cêntimos, o preço oferecido na OPA da oferente.

 

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