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Conversão de créditos em capital pode ser passo para SDC sair de bolsa

A SDC Investimentos vai ser uma PME do imobiliário, assumem os seus novos accionistas, que eram já os seus gestores. Em entrevista ao Jornal Económico, Castro Henriques e Gonçalo Santos assumem que a posição na Soares da Costa não é estratégica.

09 de Junho de 2017 às 12:31
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A conversão de créditos em capital pode ser a forma encontrada pelos novos donos da SDC Investimentos para retirar a empresa de bolsa. A hipótese constava já do prospecto da oferta pública de aquisição lançada pela Investéder e foi agora reiterada, em entrevista ao Jornal Económico, pelos donos, António Castro Henriques e Gonçalo Andrade Santos.

 

"Há várias formas de chegar a esse objectivo [retirada da SDC de mercado regulamentado], que estão a ser estudadas no respeito da lei de todos os interesses constituídos. Poderão envolver compras no mercado secundário, conversão de créditos em capital em eventual aumento de capital, que teria de ser submetido à assembleia-geral", indicam ao Jornal Económico os dois gestores da Investéder, que são também dois gestores da SDC Investimentos.

 

As compras em mercado secundário já vinham acontecendo: a SDC continuou a fazê-las ao mesmo tempo que estava a decorrer a OPA, conseguindo com isso os 74% de capital da SDC Investimentos, que tinha até aqui Manuel Fino como principal accionista. A conversão de crédito em capital a seguir à oferta era já antecipada. 

 

A Investéder, no âmbito da reestruturação financeira que estava em curso, tornou-se a principal credora da SDC Investimentos. Pode, agora, utilizar esses créditos para conseguir retirar a empresa de bolsa, como era já antecipado no prospecto da oferta. Em causa está uma possível redução de capital, para absorção de prejuízos passados (o passivo consolidado ascende a 105 milhões de euros), seguida de um aumento de capital. Esse aumento de capital pode ser por via da "conversão em capital da totalidade ou de parte dos créditos hoje detidos pela oferente", a Investéder.

 

Nessa conversão, o crédito passa a ser capital que fica nas mãos da Investéder. O que irá aumentar a sua participação, actualmente de 74%. Por este efeito, os restantes accionistas terão a sua posição diluída. No prospecto, era já feito o aviso: a diluição poderia "vir a ser muito significativa, atento o montante daqueles créditos". Em causa estão 130 milhões de euros que a SDC Investimentos deve à sua accionista Investéder. Aos preços de mercado, a SDC vale 4,5 milhões de euros, 2,8 cêntimos por acção (0,1 cêntimos acima do preço da OPA, concluída há uma semana).

 

O esforço para a retirada de bolsa, é feito porque "face à nova dimensão da empresa não fará sentido mantê-la cotada, porque isso implica custos muito elevados". "Não temos nenhuma vantagem do ponto de vista do acesso a financiamento", segundo dizem os gestores ao Jornal Económico. A saída de bolsa não pode ser imediata, tendo em conta que a empresa não alcançou os 90% do capital social, que permitira a aquisição potestativa aos restantes accionistas.

 

PME do imobiliário

 

Até Agosto, segue-se o processo de reestruturação financeira, para definir "as condições de remuneração e reembolso desta dívida de um modo que assegure a sustentabilidade da SDC Investimento", adiantam António Castro Henriques e Gonçalo Andrade Santos.

 

A empresa ficou sem as concessões rodoviárias e tem agora um activo mais emagrecido. É accionista, com 33% da Soares da Costa Construção, que poderá vir a ser vendida ao accionista maioritário, António Mosquito, algo que está dependente da aprovação do Processo Especial de Revitalização. A construtora quer ver aprovado um novo plano de salvação, depois de o juiz ter rejeitado a primeira tentativa.

 

O foco é agora na área imobiliária, onde os gestores destacam o Oporto Center, com áreas de escritório e comercial, e activos turísticos em Tróia. "A SDC Investimentos vai ser uma PME de imobiliário", acrescentam ao Jornal Económico.

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