Desde o "clip" à cadeira, passando pelo "kit" de primeiros socorros, pela comida e pelo líquido de limpar vidros – a Sonae criou uma nova área de actividade de comércio grossista às empresas, chamada Continente Negócios, apresentada esta quarta-feira, 10 de Fevereiro, à comunicação social.

A unidade, alicerçada na Sonae MC (companhia da Sonae SGPS que agrega o retalho alimentar, nomeadamente a marca Continente), é fruto de um trabalho de 2,5 anos no grupo nortenho, que aplicou directamente, "não considerando a área de recursos humanos", um valor de um milhão de euros, afirmou Inês Valladas, administradora da Sonae MC e responsável pelo projecto.

O grupo criou já 10 postos de trabalho directos com a nova área de actividade, essencialmente, como "força de vendas" junto das empresas, sobretudo das grandes companhias (designadas de segmento "corporate"), que terão uma "equipa dedicada".

Desde há duas semanas, que a área de negócio tem já um "site" autónomo, inserido no Continente Online. Mas na próxima semana, adiantaram os responsáveis, surgirá um portal dedicado, onde as empresas poderão negociar directamente, tendo para isso que estar registadas. "Para já", não haverá lojas físicas, nem está previsto que existem a médio prazo, disseram.

A comunicação tem um orçamento anual e "real" de 500 mil euros, muito dedicado a publicidade em rádio e no digital.

A oferta - exclusiva para empresas e empresários em nome individual – junta nove áreas de oferta de produtos da Sonae, incluindo, além da papelaria (onde o grupo tem a marca Note), alimentar e limpeza (presente já nos hipermercados Continente), a saúde (onde opera através da Well’s) e consumíveis e acessórios de tecnologia. Acresce o segmento de pequenos electrodomésticos (máquinas de café, frigoríficos, micro-ondas para as copas dos escritórios) através da parceria com a sua filial Worten. O grupo vai associar ainda o mobiliário de escritório, um tipo de produto que não vendia até agora, e para o qual irá fornecer-se no mercado português.

Ser líder em quatro anos – e visando destronar, portanto, a actual liderança da Staples – é a meta transmitida pelos responsáveis da Sonae MC, o que implica, explicou João Cília, director da divisão de planeamento estratégico e comércio internacional da companhia, vender 30 milhões de euros, anualmente.

Nas previsões de Inês Valladas e João Cília, o "‘break even’ acontecerá no meio do segundo ano" e o terceiro [exercício] já será todo ele positivo. Esta tem que ser "uma operação saudável" com um "pay back" inferior a cinco anos.

Na análise realizada, a Sonae MC estima em 430 milhões de euros o mercado potencial de fornecimento de material de escritório em Portugal, distribuído em partes iguais entre grandes empresas e pequenas e médias (PME).

No país, "o mercado não é competitivo", está muito fragmentado, e a Sonae viu aqui "uma oportunidade grande" de crescer em Portugal. Porque, para já, não há ideia de internacionalizar a nova área de negócio.