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Dia afasta insolvência após acordo entre Santander e milionário russo

Os termos do acordo que vai permitir a continuidade da cadeia de supermercados espanhola não foram ainda revelados. Mas o cenário de insolvência fica para já afastado.

# Porque Desce - O Santander está maior em Portugal: Ana Botín lidera um grupo que agrega três bancos que, há quatro anos, estavam separados na lista de maiores instituições nacionais. Mas ainda há clientes do Banif, comprado pelo Totta, que reclamam uma solução, o que causa tensão. E em relação ao futuro, as autoridades europeias continuam a dizer que é necessária consolidação na banca. Contudo, as preocupações concorrenciais, e o receio de bancos grandes demais para falir, são uma ameaça.
CM
20 de Maio de 2019 às 17:29
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A presidente do Santander, Ana Botín, anunciou no Twitter que fechou um acordo com o maior acionista do Dia para refinanciar a dívida da rede de supermercados que marca presença em Portugal, que assim não tem necessidade de avançar com um pedido de insolvência e proteção contra credores.

 

"Finalmente o presidente da LetterOne comprometeu-se a trabalhar para eliminar a discriminação entre obrigacionistas e os bancos [credores] do Dia, o que acreditamos ser um tratamento justo. O Santander, de forma responsável, decidiu apoiar o Dia e os seus empregados", escreveu a presidente do Santander na rede social.

 

Os termos do acordo que vai desbloquear o impasse na cadeia de supermercados espanhola não foram ainda revelados. O Santander é um dos maiores credores do Dia e se não desse o aval ao plano de reestruturação financeira da cotada, o próximo passo seria o pedido de insolvência e o concurso de credores.

 

Segundo a imprensa espanhola, sem acordo com o Santander este pedido teria que ser formulado já esta segunda-feira. A gestão da empresa alertou até para o risco de liquidação da companhia que em Portugal tem a rede de supermercados Minipreço.

 

Em causa está um aumento de capital de 500 milhões de euros que vai possibilitar à companhia enfrentar a crise de liquidez que enfrenta e cumprir os seus compromissos financeiros.

 

16 dos 17 bancos credores do Dia tinham chegado a acordo com a LetterOne, do milionário russo Mikhail Fridman. Mas o Santander não aceitava ter condições mais desfavoráveis do que os detentores de obrigações. "Os obrigacionistas estrangeiros recebem 100% e aos bancos espanhóis estão a oferecer algo muito inferior", tinha reclamado a presidente do Santander.

 

Na sequência da OPA que lançou sobre o Dia, a LetterOne passou a ser acionista maioritária do grupo Dia, com 69,76% do capital da empresa que em Portugal detém o Minipreço.

 

A administração do Dia tinha alertado em abril para o risco potencial de declaração de insolvência no final deste mês e que não tinha fundos para reembolsar uma emissão obrigacionista de 306 milhões de euros que vence a 22 de julho.

 

O plano do milionário russo passava por reembolsar os obrigacionistas em 300 milhões de euros já em julho, altura em que vencem parte das obrigações, enquanto o pagamento aos bancos (crédito sindicado de 912 milhões que vence no final do mês) seria adiado por quatro anos. 

 

Segundo a Bloomberg, o BCE é uma das entidades que detém obrigações do Dia.

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