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BPI aumenta preço-alvo da Sonae e mantém cotada entre as suas favoritas
Apesar de ter revisto em baixa a previsão de lucros da Sonae para 2014, de 174 milhões de euros para 154 milhões de euros, o BPI considera que a cotada "manteve o caminho da recuperação".
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O BPI reviu em alta o preço-alvo da Sonae para este ano e manteve a cotada entre as suas favoritas, com a recomendação em "core buy", segundo uma nota de análise divulgada esta terça-feira, 10 de Março.
O preço-alvo subiu assim de 1,75 euros para 1,85 euros, com um potencial de valorização de 42,3% face à cotação de fecho (1,30 euros) desta terça-feira.
Apesar de ter revisto em baixa a sua previsão de lucros da Sonae para 2014 [a empresa apresenta amanhã os seus resultados], de 174 milhões de euros para 154 milhões de euros, o BPI considera que a cotada "manteve o caminho da recuperação".
A razão principal para esta revisão foi a "fraca performance" das empresas do ramo não-alimentar da Sonae, que "tiveram um difícil" último trimestre de 2014. Mesmo assim, este é um valor mais optimista do que os 145 milhões previstos pelo consenso de mercado.
Os analistas do BPI identificam as duas principais fontes de crescimento da Sonae para o futuro. Primeiro, um potencial acordo que envolva os seus activos imobiliários, cuja venda pode representar um encaixe de 400 a 500 milhões de euros, o que vai permitir à Sonae "desalavancar, cristalizar valor e potencialmente acelerar a sua remuneração aos accionistas".
Em segundo, a reestruturação do seu segmento não-alimentar. "A Sonae tem bons formatos e rendimentos em Portugal, enquanto a parte internacional do negócio levanta vários pontos de interrogação. As performances mais recentes têm sido moderadas, o que pode desencadear uma acção mais assertiva no futuro (venda, fecho?)".
A casa de investimento do BPI aponta que a Sonae ainda "tem de levar a cabo algumas reduções antes de iniciar um caminho de crescimento".
Existem assim dois sectores chave para o desenvolvimento da Sonae: a venda de equipamento desportivo e o retalho têxtil. Ao mesmo tempo, o negócio de venda de produtos electrónicos "pode ser reavaliado".
Já o negócio alimentar, apesar de viver um momento de maturidade, continua a gerar rendimentos, aponta o BPI. Já a exposição aos activos imobiliários deve ser reduzida mais cedo ou mais tarde.
"Vemos a Sonae como uma empresa cada vez mais focada no retalho, com o sector não alimentar a conduzir o crescimento nos próximos 10 a 15 anos", escrevem os analistas do BPI.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.