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Vítor Bento: Nacionalizar Novo Banco é oportunidade para Portugal liderar consolidação

O ex-presidente da instituição diz que não resta muito tempo a Portugal para se posicionar na iminente consolidação do sector financeiro, o que pode acontecer através da CGD, Novo Banco ou BCP.

Sara Matos/Negócios
Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt 24 de Fevereiro de 2016 às 11:26

O economista e ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, defende que a passagem da instituição para a esfera do Estado seria uma forma de Portugal condicionar a seu favor o movimento de consolidação iminente do sector financeiro e evitar o controlo da banca por capitais estrangeiros.


"Nos próximos tempos vamos ter um processo muito grande de consolidação da banca nacional em que provavelmente se vai reduzir o número de bancos. E pode ser feito por duas vias: de fora para dentro, com bancos tomados por estrangeiros; ou tentar protagonizar algum processo de consolidação interna que permita que pelo menos fiquemos com uma grande instituição com controlo nacional", defendeu Vítor Bento esta quarta-feira, 24 de Fevereiro, no Fórum TSF.

De acordo com o economista, a Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e o BCP são as três únicas instituições que podem liderar este processo. "Nesse sentido, vale a pena pensar no Novo Banco como uma possibilidade instrumental num processo dessa natureza", defendeu.


Vítor Bento considera ainda que o actual momento é "mau para a venda", numa altura em que os bancos portugueses estão muito desvalorizados, com "valores de mercado muito abaixo dos contabilísticos". O economista antecipa que o processo de consolidação vai ser acelerado por pressão externa e que "já não há muito tempo para pensar no assunto".


"As decisões que se tomarem nos próximos tempos são definidoras da margem estratégica do país durante algumas décadas. Não conheço nenhum país no mundo em que a banca seja toda estrangeira. Tornar-nos-emos inevitavelmente numa economia subsidiária e dependente", argumenta.


O PCP apresentou esta terça-feira um projecto de resolução que também defende a nacionalização do Novo Banco, entidade que resultou da resolução do Banco Espírito Santo em 2014, herdando os activos saudáveis da antiga instituição. A proposta do PCP chega numa altura em que o Banco de Portugal retomou o processo de venda do Novo Banco. A instituição deverá apresentar resultados de 2015 esta quarta-feira.

Vítor Bento já tinha defendido este fim-de-semana, que a nacionalização era uma opção a ser estudada.

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