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Passos Coelho diz ter dificuldade em perceber eventual nacionalização do Novo Banco

O presidente do PSD disse ter muita dificuldade em perceber a possibilidade de nacionalização da banca, considerando que traduz uma imagem de fragilidade e evidencia "uma tentação de manter o país perto de um abismo de falta de confiança".

Paulo Duarte
Lusa 24 de Fevereiro de 2016 às 18:47

Passos Coelho declarou que a possibilidade de nacionalizar o Novo Banco "é uma conversa" que tem "muita dificuldade em perceber", argumentando que o país "está a fazer tudo ao contrário", sobretudo numa altura em que deveria "estar interessado em criar condições de maior confiança para atrair o investimento externo, para poder vender como deve ser o Novo Banco, para poder ter investidores na TAP que pudessem garantir a sobrevivência da empresa".

 

"Acho tudo isso uma tentação de manter o país perto de um abismo de falta de confiança que não se entende", afirmou Passos Coelho esta quarta-feira no Funchal, Ilha da Madeira.

 

O líder dos sociais-democratas falava aos jornalistas no âmbito da campanha de recandidatura à liderança do partido, tendo sido questionado sobre notícias relacionadas com a possibilidade de nacionalização do Novo Banco.

 

"Numa altura em que nós precisávamos de ter confiança, estabilidade e previsibilidade como um escudo que nos protegesse até de alterações mais sensíveis nos mercados financeiros como ainda há pouco tempo sucedeu, a última coisa que nos interessa nesta fase é andar a falar de reestruturação da dívida, de nacionalização de bancos", sustentou.

 

Segundo o líder social-democrata, discutir estes temas serve para "atrair todas as atenções negativas do mundo sobre Portugal" e só "isso conduz à fragilização da imagem e da confiança no país".

 

"Acha que faz algum sentido alguém pôr em hipótese fazer a nacionalização do banco" quando o Fundo de Resolução "está empenhado em conseguir um comprador, quer dizer, foi justamente o sistema financeiro que investiu quase 5.000 milhões de euros no Novo Banco para ver se o vende e se isso não traz prejuízo para a banca portuguesa", questionou.

 

"Então era melhor dizer que não o querem vender e que querem que sejam os portugueses a pagar a sua nacionalização e que acham que o que é preciso fazer com a Caixa Geral de Depósitos ainda tem de ser agravado com um objectivo dessa dimensão", realçou.

 

Pedro Passos Coelho disse que o objectivo era a venda do Novo Banco, mencionando que há partidos que "continuam a acreditar que a melhor forma de olhar para o futuro é nacionalizar as empresas, a banca e por aí fora", uma experiência de "má memória" outros tempos em Portugal. "Eu dificilmente percebo como é que essa agenda interessa a Portugal hoje", concluiu.

 

Na segunda-feira, Vítor Bento, economista, conselheiro de Estado de Cavaco Silva e ex-presidente do Novo Banco, admitiu que a nacionalização daquela instituição bancária poder ser "uma saída possível", considerando que "a venda não será já muito favorável".

 

Na terça, o PCP apresentou um projecto de resolução pelo controlo público do "banco bom" originado pela resolução do antigo BES e o investimento por parte do Estado de cerca de 4,9 mil milhões de euros para recapitalizar o fundo de resolução bancária.

 

O primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, afirmou depois que "a pressa é má conselheira" e há que "dar tempo para se encontrar uma boa solução" para o Novo Banco.

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